domingo, 17 de março de 2013

Quando os amores partem



O que acontece com quem parte ou chega de um aeroporto faz parte de um tipo especial de memória.
Uma memória que parece ter uma persistência maior e uma existência mais viva do que aquela comum, que guarda o cotidiano e a rotina.
Estas as primeiras palavras da apresentadora de um programa televisivo muito singular, que descobre histórias e mais histórias, nos portões de chegada e partida de um aeroporto brasileiro.
Um desses relatos é de uma mãe, entre lágrimas, despedindo-se da filha, que passaria cerca de um ano estudando uma língua estrangeira num país distante.
Aquela senhora, muito simples, trazia um misto de alegria e saudade, pois se tratava de uma grande conquista da filha, pela qual havia trabalhado muito tempo para conseguir.
Narrou que nunca teve condições de sequer realizar os estudos regulares, mas que sua felicidade estava em ver o sucesso da filha.
A apresentadora, percebendo a dor que há em toda separação, disse: A senhora já está com a dor da saudade, eu percebo, mas ao mesmo tempo não dá alegria ver o filho conseguindo tudo isso?
Ela respondeu que sim, melhorando o semblante, e que a filha merecia tudo de bom que estava lhe acontecendo.
A alegria pareceu consolar a saudade naquele instante.
*   *   *
Retiramos deste relato uma reflexão principal.
Nesse mundo de chegadas e partidas constantes, será que não conseguimos enxergar a morte através dessa nova lente?
Será que não podemos entender que cada um tem seu tempo aqui, mas que terá outros afazeres, objetivos e etapas em outros lugares?
Tenhamos em mente essa figura, do filho que viaja para construir parte de sua vida em outro lugar, que parte para aprender e viver novas experiências.
O quanto ele sairá melhor dessa vivência nova!
O amor apego precisa começar a ser substituído pelo amor libertador, que pensa sempre no melhor para o outro, em primeiro lugar, antes de pensar no que é melhor e mais cômodo para si.
A dor da saudade é real e saudável, quando não nos tira do prumo, obviamente.
Na Espiritualidade, seja onde estivermos, não perderemos contato com nossos amores. A lei de afinidade entre as almas permite que nos encontremos aqui e ali, sem nunca perder esse vínculo poderoso que criamos.
*   *   *
Prosseguem vivendo aqueles a quem amas.
Aguarda um pouco, enquanto, orando, a prece te luarize a alma e os envolvas no rumo por onde seguem.
Esforça-te por encontrar a resignação. O amor vence, quando verdadeiro, qualquer distância, e é ponte entre abismos, encurtando caminhos.
Da mesma forma que anelas por volver a senti-los, a falar-lhes, a ouvi-los, eles também o desejam.
Necessitam, porém, evoluir, quanto tu próprio.
Se te prendes a eles demoradamente ou os encarceras no egoísmo, desejando continuar uma etapa que ora se encerrou, não os fruirás, porque estarão na retaguarda.
Libertando-os, eles prosseguirão contigo, preparar-te-ão o reencontro, aguardar-te-ão...
Não penses mais em termos de "adeus" e, sim, em expressões de "até logo mais".

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 56, do
livro Sementes de vida eterna, pelo Espírito Joanna de
Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 25.2.2013.


Necessidade de perdoar



Imaginemos a seguinte situação: uma criança é mandada para a escola e seus pais não admitem que ela erre.
Exigem sempre a nota máxima e a perfeição nas ações e no aprendizado. Não concordam, em hipótese alguma, que seu filho possa errar. E fazem cobranças intensas e constantes a esse respeito.
Vendo tal situação, o que pensaríamos? Fatalmente não concordaríamos com atitude tão drástica.
Ao educarmos, percebemos que o erro faz parte do processo de aprendizagem, permitindo a reflexão, a análise e o refazer da ação.
Dessa forma, qualquer um que não tenha a possibilidade de errar, encontraria grandes dificuldades em aprender. Não que devamos ser permissivos com o erro, mas entendendo-o como processo natural de aprendizagem.
*   *   *
Assim como a criança na escola, estamos todos nós sob constante aprendizado em nossa vida.
Não somos desafiados apenas intelectualmente, mas temos, em grande monta, lições de aprendizado emocional e moral.
Lições especialmente concretizadas nas oportunidades de relacionamento humano. Quando nos dispomos a nos relacionar, estamos nos oportunizando o aprendizado de novos valores e capacidades pessoais.
É natural que essa vida de relação, a vida em sociedade, apresente dificuldades e problemas. Afinal, todos estamos aprendendo.
Portanto, não podemos esperar dos outros que, a todo momento e em toda situação, ajam da melhor forma possível, da maneira mais adequada.
Eles agirão conforme os valores e capacidades adquiridas ou que desenvolveram no seu mundo íntimo.
Dessa forma analisando, percebemos que todos somos factíveis a erros e tropeços no relacionamento com o próximo; que esses erros são naturais no processo de aprendizado.
Afinal, é compreensível que pessoas ainda imperfeitas, nas suas capacidades e valores, gerem relacionamentos imperfeitos.
Então, ao nos depararmos com essa ou aquela pessoa agindo de maneira equivocada, posicionando-se de um modo que não concordamos, não podemos esquecer que ela também está aprendendo.
Cada um de nós oferece aquilo que dispõe em seu mundo interior, nada além disso.
Por isso, se alguém agiu de maneira errônea conosco, pensemos sobre a possibilidade de perdão. Muitos de nossos erros não são nem pautados na maldade, mas apenas na limitação de nossas capacidades.
Ao olharmos o próximo com essa compreensão, ao utilizarmos as lentes da benevolência para com ele, estaremos construindo um atalho para o entendimento que nos levará mais facilmente ao perdão.
Aquele que hoje erra, amanhã, inevitavelmente, arcará com suas ações.
Por outro lado, quem perdoa, evitará carregar pesado fardo ao longo de seu caminhar.
Afinal, o coração que não sabe perdoar, sempre estará pesado. Colecionará mágoas, frases mal colocadas, situações problemáticas, ações infelizes, que nada contribuirão para sua felicidade.
Ao perdoar, tudo isso sairá de nosso coração, abrindo espaço para sentimentos e valores mais nobres, valiosos e úteis, para o aprendizado de que nós mesmos temos necessidade.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita.
Em 21.2.2013.


Da vida, uma prece



Encontramos, no seio de praticamente todas as religiões, o exercício salutar da prece.
Em algumas, tal prática apresenta-se na forma de mantras. Em outras, de cântico. Ou, ainda, de rogativa.
Entretanto, independentemente da forma, a prece sempre tem como objetivo ligar a criatura ao Criador.
A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar nEle; é aproximar-se dEle; é pôr-se em comunicação com Ele. A três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar, pedir e agradecer.
Louvar a Deus significa reconhecer nEle a fonte de toda vida, de toda a criação. É observarmos tudo o que nos cerca – as plantas, os animais, nosso próximo – e enxergarmos neles a assinatura Divina, o traço que Deus deixa em cada uma de Suas criaturas.
Uma prece de louvor é feita mais do que com palavras. Pode ser expressa em atitudes.
Quando louvamos, reconhecendo, em tudo o que nos cerca, a mão do Criador, torna-se impossível não expressarmos gratidão a Deus por todo amor que Ele nos oferece, em todas as circunstâncias do viver.
Amor esse que se manifesta através das mais variadas expressões: o ar que respiramos, o alimento que temos em nossas mesas, a família que nos acolhe, a casa que nos abriga, os amigos que nos fortalecem.
O companheiro ou companheira que divide a vida conosco, os filhos que nos são dados ao coração, as oportunidades diárias de progresso intelecto-moral, a conquista das virtudes que nos aproximam da paz e da felicidade.
E, quando brota em nossas almas o sentimento que nos leva a louvar e a agradecer, o gesto de pedir modifica-se.
Nossas rogativas já não são mais baseadas nas ilusões da matéria, nem tampouco no orgulho que confunde nossas escolhas.
Nossas decisões tornam-se mais maduras, pois começamos a compreender as leis que regem toda a Criação.
Já não mais rogamos a Deus que solucione nossos problemas, dificuldades e sofrimentos.
Antes, pedimos ao Senhor da vida que nos conceda a sabedoria, a resignação e a humildade para que, além de poder superá-los, possamos aprender com as preciosas lições que acompanham cada momento.
Entrarmos em comunicação com Deus significa fazermos, diariamente, de nossa vida uma prece.
E a prece se faz em cada gesto de abnegação, de renúncia, de fé.
A prece se faz quando olhamos para aquele que sofre, para aquele que passa fome, para aquele que não tem onde morar e, desinteressadamente, lhe estendemos a mão que ajuda, o ombro que consola, o abraço que afaga, a palavra que une.
A prece se faz quando perdoamos quem nos fere e somos capazes de pedir perdão àquele que ferimos.
A prece se faz quando nos reconhecemos parte integrante de toda a Criação, de todo o equilíbrio universal e, dessa forma, tomamos para nós a responsabilidade de contribuirmos para a construção de um mundo melhor.
*   *   *
Na oração a criatura suplica e se apresenta a Deus. Pela inspiração profunda e reconfortante responde o Senhor e se revela ao aprendiz.
Pensemos nisso.
 
Redação do Momento Espírita, com citação do item 659, de O livro dos espíritos, de
Allan Kardec, ed. Feb e pensamento final do verbete Oração, do livro Repositório de
sabedoria
, v. 2, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira
Franco, ed. Leal.
Em 2.3.2013.


domingo, 20 de janeiro de 2013

UM NOVO DIA




Existe dentro de cada um de nós uma voz interior que nos conclama ao equilíbrio e à paz.
De maneira sensata, essa voz nos convida à reflexão, à calma e à aceitação serena dos desígnios de Deus.
Pare um instante em seu dia atribulado...
Medite acerca dos últimos acontecimentos...
Não dê demasiada importância ao sentido material das coisas que o cercam e tentam desviá-lo de sua espiritualidade.
Somos espíritos imortais e retornaremos um dia à vida imperecível.
Busque em deus a solução de seus problemas, mas faça a sua parte com fé e coragem.
Não menospreze as oportunidades que estão diante de você,convidando-o a seguir em frente e a cumprir seus deveres.
A oração suaviza as agruras da vida e nos enseja a comunhão com o Pai Criador.
Não desanime porque as coisas não estão conforme seus planos...
As respostas de Deus nem sempre nos conferem vantagens e vitórias.
Mesmo assim é o melhor que Ele nos oferece visando ao nosso progresso espiritual.
Sem desespero e em paz consigo mesmo, o sofrimento não impedirá você de buscar alternativas que o farão vivenciar sua existência com retidão e os que se aproximarem de você estarão mais dispostos a lhe oferecer o apoio fraterno de que necessita.
Mesmo sofrendo, sorria e seja grato a Deus pela dádiva da vida.
Outros sofreram muito mais e conseguiram sobreviver.
Portanto não desanime.
Confie e ore agradecendo a Deus o novo dia que amanhece com possibilidades de trazer para seu mundo a beleza do amor e da serenidade íntima.

Do livro “Gotas de Otimismo”-Lucy Dias Ramos-Edit. FEB



CONVITE À VIDA



Cuide deste dia que surge para você pleno de oportunidades de fazer o bem.
Não busque lá fora a felicidade nem a alegria de viver.
A felicidade está dentro de seu mundo íntimo, esperando ser compreendida e vivenciada nas inúmeras maneiras que a vida lhe oferece de se sentir em paz e tranquilo.
Não veja, nas dificuldades, nos problemas e nas dores, motivos de desencanto e de infelicidade permanente.Deus nos concede o sofrimento como o lapidador de nossas almas.
Pense na função educativa da dor que nos faz melhores, mais compreensivos e indulgentes para com outro, porque pela experiência entendemos com maior discernimento o problema de nosso próximo.
Quantas vezes somos auferidos em nossos valores morais por meio de experiência redentoras e não nos damos conta de que a vida nos devolve o que semeamos ao longo do caminho...
Observa a Natureza em todo o seu esplendor, em toda sua beleza...
Nem todos os dias a brisa é suave, o céu permanece azul, a neblina refresca os ramos das árvores... A Natureza sofre a violência do vento que prenuncia tempestades que lhe vergastam o solo e as plantas, deixa-se abater pela chuva constante a encharcar os campos,derrubando as flores...Após a tempestade, reergue-se triunfante a abençoar o tempo e se deixa acariciar pelo Sol que desponta no alvorecer após a noite escura.
Nós , também, se aceitarmos as lutas, as dores da alma,as provações com serenidade e confiança em Deus,poderemos sair vitoriosos após o látego do sofrimento, com a alma renovada,acendendo em nossos corações as luzes do amor, da esperança e da fé.
Seja  compassivo  e tolerante quando for chamado ao testemunho para que, passado o transe doloroso,a paz habite seu mundo íntimo e você, meu irmão,possa dizer: obrigado, meu Deus, porque sofri, mas não fiquei em desamparo...Seu amor imensurável me sustentou nos momentos mais difíceis e pude sentir em meu coração quanto sou amado!

Texto de Lucy Dias Ramos-“Gotas de Otimismo”-Edit.FEB


domingo, 30 de dezembro de 2012

Um conto de Natal



 A história é simples, mas comovedora. Tudo começou porque Mike odiava o Natal. Claro que não era o verdadeiro sentido do Natal, mas seus aspectos comerciais.
Os gastos excessivos, a corrida frenética na última hora para comprar presentes para alguém da parentela de que se houvesse esquecido.
Sabendo como ele se sentia, certo ano a esposa decidiu deixar de lado as tradicionais camisetas, casacos, gravatas e coisas do gênero. Procurou algo especial só para Mike.
A inspiração veio de uma forma um tanto incomum. O filho Kevin, que tinha doze anos na época, fazia parte da equipe de luta livre da sua escola.
Pouco antes do Natal, houve uma disputa especial contra uma equipe patrocinada por uma Associação da parte mais pobre da cidade.
Esses jovens usavam tênis tão velhos que a impressão que passavam é de que a única coisa que os segurava eram os cadarços.
Contrastavam de forma gritante com os outros jovens, vestidos com impecáveis uniformes azuis e dourados e tênis especiais novinhos em folha.
Quando a competição acabou, a equipe da escola de Kevin tinha arrasado com eles.
Foi então que Mike balançou a cabeça triste e falou: Queria que pelo menos um deles tivesse ganho. Eles têm muito potencial, mas uma derrota dessas pode acabar com o ânimo deles.
Mike adorava crianças. Todas as crianças. E as conhecia bem, pois tinha sido técnico de times mirins de futebol, basquete e vôlei.
Foi aí que a esposa teve a ideia. Naquela tarde, foi a uma loja de artigos esportivos e comprou capacetes de proteção e tênis especiais que enviou, sem se identificar, para a Associação que patrocinava aquela equipe.
Na véspera de Natal, deu ao marido um envelope com um bilhete dentro, contando o que tinha feito e que esse era o seu presente para ele.
O mais belo sorriso iluminou o seu rosto naquele Natal. No ano seguinte, ela comprou ingressos para um jogo de futebol para um grupo de jovens com problemas mentais.
No outro, enviou um cheque para dois irmãos que tinham perdido a casa em um incêndio, na semana anterior ao Natal.
O envelope passou a ser o ponto alto do Natal daquela família.
Os filhos deixavam de lado seus brinquedos e ficavam esperando o pai pegar o envelope e revelar o que tinha dentro.
As crianças foram crescendo. Os brinquedos foram sendo substituídos por presentes mais práticos, mas o envelope nunca perdeu o seu encanto.
Até que Mike morreu. Chegou a época do Natal e a esposa estava se sentindo muito só. Triste. Quase sem esperanças.
Mas, na véspera do Natal, ela preparou o envelope como sempre.
Para sua surpresa, na manhã seguinte, havia mais três envelopes junto dele. Cada um dos filhos, sem um saber do outro, havia colocado um envelope para o pai.
*   *   *
O verdadeiro espírito do Natal se chama amor e no momento especial em que se reprisa, nos quadros da Terra, nos possibilita o exercício da nossa capacidade maior de doação.
Muito além dos presentes, da ceia, do encontro familiar, comemorar o Natal significa viver a mensagem do Divino Aniversariante, lançada há mais de dois mil anos e que até hoje prossegue ecoando nos corações...

Redação do Momento Espírita, a partir de história de
autor desconhecido.
Em 21.12.2012.

Vai ficar tudo bem




Let it be é o décimo terceiro e último álbum do grupo inglês de rock, The Beatles.
Foi gravado entre janeiro de 1969 e março/abril de 1970 e foi lançado em 8 de maio de 1970.
Inicialmente, o nome previsto para o álbum era outro. Mas acabou sendo mesmo o nome da faixa composta por Paul McCartney.
Paul a escreveu em homenagem a sua mãe, Mary McCartney, vítima de câncer de mama, quando ele tinha quatorze anos de idade. À época, a morte da mãe o abalara profundamente.
Conta Paul que, certa noite, sonhou com a mãe vindo em sua direção e lhe dizendo Let it be. Algo como Deixa estar ou Vai ficar tudo bem.
Quando acordou, já estava com a melodia da música na cabeça e os versos foram brotando:
Quando eu me encontro em tempos difíceis, mãe Maria vem para mim, falando palavras de sabedoria: “Vai ficar tudo bem.”
E, nas minhas horas de escuridão, ela está em pé bem na minha frente, falando palavras de sabedoria, sussurrando palavras de sabedoria: “Vai ficar tudo bem.”
E, quando as pessoas de coração partido, morando no mundo concordarem, haverá uma resposta: “Vai ficar tudo bem.”
Pois, embora possam estar separados há ainda uma chance que eles verão. Haverá uma resposta: “Vai ficar tudo bem.”
E quando a noite está nublada, há ainda uma luz que brilha em mim, brilha até a manhã: “Vai ficar tudo bem.”
Eu acordo ao som da música. Mãe Maria vem para mim. Não haverá tristeza. Vai ficar tudo bem.
*   *   *
Os versos traduzem alegria. Alegria ante a constatação de que a mãe vive a Imortalidade do Espírito.
E de onde quer que se encontre, nesse imenso Universo de Deus, vem ao encontro do filho quando as dificuldades se fazem maiores, quando as dores se tornam superlativas.
É o atestado do amor materno, que jamais abandona os seus filhos, sublimando-se no sentimento de amar, incondicionalmente.
Muitos filhos, como Paul McCartney, lhes detectam a presença generosa. Outros podem nem perceber, nem se dar conta.
Mas mãe é essa criatura especial que vela sempre, que faz da vida do filho a sua própria, que renuncia a seus prazeres e necessidades para suprir o de que carece o filho.
Também é uma canção de esperança. Esperança de que um dia todos possam perceber essa realidade. Tudo é passageiro na Terra. Tudo passa.
A morte separa as pessoas fisicamente, mas ninguém pode separar Espíritos que se amam. Porque o amor é indestrutível e tudo vence.
Vence o tempo, vence as fronteiras da morte, brilha na Imortalidade.
E, para amenizar a saudade da ausência física, nas asas do sono, os seres se encontram: uns ainda prisioneiros na carne, outros já libertos no mundo espiritual.
E, enquanto as horas do sono se fazem reparadoras para o corpo cansado, o Espírito sonha, nos campos espirituais.
Finalmente, depois dos dias de separação, dos anos de paciente espera, o grande reencontro das almas se faz.
Pensemos nisso e não nos permitamos o mergulho no poço da depressão. Nossos amores vivem.
E a dor que nos castiga agora, vai passar. Tudo vai ficar bem... Logo mais.

Redação do Momento Espírita.
Em 28.12.2012.

Seu primeiro Natal




Meu filho... É seu primeiro Natal.
Por algum tempo pensei no que lhe dizer, pois, como pai, tenho também a missão de lhe apresentar o mundo - de descrevê-lo em todas suas nuances.
Puxa... É seu primeiro Natal...
Sei que as pequenas luzes que brilham em todo lugar irão lhe encantar os olhos... Mas, sobre elas, gostaria de lhe dizer que representam estrelas.
Sim, as estrelas do Céu, que desejávamos trazer para mais perto de nós. Por isso enfeitamos as vitrines da vida com essas lâmpadas multicolores.
Sabe... Não precisaríamos de todas elas, pois uma só nos bastaria: a que representa a vinda para a Terra de um Amigo muito querido, que chamamos Jesus.
Sim, o mesmo Jesus de nossa oração diária, com o qual conversamos rapidamente antes de você dormir.
Bastaria uma estrela apenas... que trouxéssemos mais para perto de nós.
Nem todo mundo lembra disso, meu filho... E, embora em quase todos os lares possamos ver as estrelinhas brilhantes, na maioria deles, elas só estão reluzindo pelo lado de fora e não dentro de seus corações.
Aqui em casa elas estão por toda parte, pois você gosta tanto delas, não é? E saiba que estão no coração do papai, da mamãe, e de todos aqueles que te amam muito!
*   *   *
Você ouvirá muito a palavra presente, e confesso a você que muitas pessoas vão pronunciar esta palavra sem a mínima ideia do que ela significa.
Vão procurar esses tais presentes por aí, nas lojas, na televisão, na Internet, mas, não vão poder encontrar...

Para você entender bem o que é um presente, basta que se lembre do rosto de sua mãe e de seu pai quando o abraçamos diariamente.

Um presente é uma alegria que não acaba nunca, meu filho...
Você verá alguns homens vestidos com uma roupa vermelha bonita, também. É bom se acostumar, pois eles estarão por toda parte.
Talvez você se assuste um pouco com eles, mas saiba que eles representam a bondade no coração dos homens, bondade que faz com que as pessoas se desapeguem de suas coisas e as doem a quem precisa mais do que elas.
Você verá festas, comidas diferentes, ruas lotadas de pessoas, músicas belas. Mas saiba que tudo isso é apenas uma representação muito tímida do que realmente é o Natal.
O Natal é um convite que nos é refeito todos os anos, filhinho, quando os Bons Espíritos do Universo voltam a nos dizer que nascemos e renascemos para amar e que o amor deve estar acima de tudo na existência.
Esperamos poder lhe apresentar o amor, ao longo desses Natais que passaremos juntos.
E para isso, voltaremos a falar, muitas e muitas vezes, desse Amigo que chamamos Jesus. O Jesus da oração antes de dormir, o Jesus do Natal, o Jesus do amor...
Saiba ainda, filho amado, que, em seu primeiro Natal, seus pais agradecem muito ao Pai Maior por tê-lo ao seu lado.
As estrelinhas aqui de casa vão brilhar por toda parte, e cada uma delas estará dizendo: Amo você.
Feliz Natal, meu filho...

Redação do Momento Espírita
Disponível no CD Momento Espírita Especial de Natal,
v. 15 e no livro Momento Espírita, v. 8, ed. Fep.
Em 25.12.2012.