quarta-feira, 25 de julho de 2012

Milagre dos bebês


 
Você já parou para analisar o quanto são interessantes os bebês?
É fascinante perceber como o Criador nos faz voltar ao palco terrestre para uma nova encarnação.
O Espírito velho é revestido por uma embalagem nova, delicada, simpática, que derrete corações e arranca sorrisos em todos os lugaresaonde vai.
Os bebês proporcionam, primeiramente aos pais, uma experiência sem igual.
Esse contato com um serfrágil, que inspira cuidados e atenção constante, desenvolve na alma paterna e materna alguns sentidos, uma espécie de sensibilidade nova, que antes não possuíam.
Tentar entender um ser que não fala, que não gesticula e que se expressa de maneiras nada convencionais, é um grande desafio.
Exige que se desenvolva a habilidade da empatia. Exige que se coloque no lugar do outro, que se esqueça um pouco das suas próprias necessidades, e pense nas do bebê em primeiro lugar.
Isso por si só já opera milagres em muitas famílias, pois é uma mudança de vida significativa.
E os pais que não se deixam levar por essas mudanças saudáveis, que não se entregam de corpo e alma a essa experiência, acabam perdendo uma das mais maravilhosas oportunidades da existência.
O milagre dos bebês é o convite de enxergar a vida de outra forma.
Percebem-se mudanças até no convívio social, nas comunidades onde vemos muitos bebês.
Os adultos se relacionam melhor, conversando entre si sobre suas experiências. Passam dicas, dividem preocupações, mas sempre entre sorrisos simpáticos e elogios aos pequenospetizes.
A família tem motivos a mais para se reunir, por vezes esquecendo pequenas querelas, implicâncias e atritos mais sérios, pois o assunto principal passa a ser o nenezinho.
Resumidamente: é uma fase muito importante para a vida de todos. Tanto para os progenitores, familiares, como para o Espírito que volta à Terra.
*   *   *
Se você é pai ou mãe, aproveite bem cada instante. Curta a fase, mergulhe nesse mundo novode cabeça e sem medo.
Evitemos ter que dizer, algum dia, a triste e preocupante sentença: Meus filhos cresceram e nem percebi!
As crianças são os seres que Deus manda a novas existências. Para que não lhe possam imputar excessiva severidade, dá-lhes Ele todos os aspectos da inocência.
Não foi, todavia, por elas somente que Deus lhes deu esse aspecto de inocência; foi também e sobretudo por seus pais, de cujo amor necessita a fraqueza que as caracteriza.
Esse amor se enfraqueceria grandemente à vista de um caráter áspero e intratável, ao passo que, julgando seus filhos bons e dóceis, os pais lhes dedicam toda a afeição e os cercam dos mais minuciosos cuidados.
Esta é mais uma faceta da sabedoria Divina, que nos mostra que os mecanismos da natureza são inteligentes e bons.
Tudo existe para que possamos crescer. Tudo funciona, no Universo, buscando a harmonia.

Redação do Momento Espírita, com reprodução de parágrafos do item
385, de
O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb.
Em 20.07.2012.
 

Errata

Errata é uma ferramenta valiosa para compensar algum escorregão que passou pelo processo de impressão.
Podemos encontrar essas correções tipográficas em livros, manuais ou outras publicações.
Geralmente a errata é impressa nas páginas finais da obra ou em folha separada.
Tais correções e outras que venham a ser descobertas serão incorporadas à obra numa edição posterior, à qual se costuma incluir o subtítulo: edição revista e corrigida.
Pensando em nossa vida, nos indagamos se não seria interessante que pudéssemos fazer algumas erratas.
Quando falamos algo de forma indevida, indelicada, como apreciaríamos poder apontar: onde se ouviu de tal forma, por favor, entenda-se dessa outra.
Quando um amigo nos vem relatar suas dores e, atarefados em demasia, não lhe damos maior atenção, como seria importante se pudéssemos estabelecer a errata:
Desconsidere o momento em que fui desatencioso com você e, por gentileza, considere que eu me importo com o que lhe acontece. Posso visitá-lo?
Algumas pessoas dizem que na vida as coisas não acontecem assim, que não dá para ficar elaborando errata a cada falha cometida.
Elas têm razão, pois algumas das nossas falhas somente as percebemos quando é tarde demais, quando não se pode mais fazer o ajuste.
Recordamos daquele pai que fica imerso em negócios e mais negócios, sem tempo para seus filhos.
Quando a filha o convida para ensaiar uns passos de dança, no parque, ele se esquiva, com a desculpa de que é ridículo o que ela propõe.
Ela é uma criança, cheia de fantasia. Para ela, o parque é um salão de festas, a música que toca no aparelho de cd é uma grande orquestra.
E ela dança só, enquanto o pai simplesmente lhe observa a graciosidade dos movimentos de menina.
Mas, depois, quando ela adoece e parte para a outra vida, de forma rápida, ele recorda que poderia tê-la tido nos braços mais tempo, que poderia ter brincado mais, ter-lhe dado mais atenção.
Como ele apreciaria poder fazer a errata: Naquele dia, quando eu disse que não queria dançar, entenda que eu era um tolo e desejo muito dançar com você.
Bem disse alguém que as lágrimas mais doloridas derramadas sobre os túmulos são as lágrimas do remorso.
Remorso de não ter estado mais presente, de não ter atendido pequenas coisas, de não ter abraçado mais, beijado mais.
Remorso de não ter demonstrado seu amor com todo vigor, sem peias, sem tolos pudores.
*   *   *
Errata – ferramenta valiosa, mas não disponível em todos os lances da nossa vida.
Com certeza, teremos possibilidade de pedir perdão, de solicitar desculpas, de reparar faltas cometidas. Mas, nem todas.
Por vezes, a pessoa já se foi, o tempo é outro, a distância se faz imensa.
Por tudo isso, invistamos na vida, no amor, nos relacionamentos.
Não aguardemos que o tempo se escoe e que a errata somente possa ser feita, em nova impressão, ou seja, em uma nova reencarnação, como uma obra reeditada, revista e corrigida.
Ajamos já.
Redação do Momento Espírita.
Em 18.07.2012.