quinta-feira, 3 de maio de 2012

Convite especial


 
Em famosa passagem do Evangelho, Jesus fez um convite muito especial.
Afirmou que quem desejasse ir após Ele deveria renunciar a si mesmo, tomar sua cruz e segui-lO.
Esta afirmação é extraordinariamente rica, como ocorre em tudo o que procede do Cristo.
Nela, o aspecto da renúncia pessoal não é o menos interessante.
O serviço da própria sublimação não costuma ser compatível com a satisfação de todos os caprichos do coração.
Quem deseja viver o bem, necessariamente precisa se afastar um pouco do bulício mundano.
Não se trata de afastamento físico.
Afinal, a virtude não pode ser uma flor de estufa, que não resiste à prova da realidade da vida.
Esse afastamento é, num sentido muito específico, de não se deixar contaminar pelas loucuras e paixões correntes.
A responsabilidade é muito variável entre as criaturas.
Quem há pouco saiu da infância espiritual possui menores recursos de sublimação.
É, até certo ponto, compreensível que se empolgue com o discurso mundano.
Falta-lhe discernimento para compreender o que de fato lhe convém.
Contudo, a situação é bem diferente em relação às almas já tocadas pela mensagem cristã.
Para essas, grave é a responsabilidade.
Caso optem por viver a ardência dos sentidos, em detrimento dos valores eternos, complicam-se de modo muito importante.
Não se trata de um Deus punitivo a lhes cobrar contas.
O problema reside na consciência desperta e lúcida.
Por saber o que era possível fazer, a própria criatura se afunda no arrependimento.
Se pôs a perder santas oportunidades, é com dificuldade que se justifica perante si mesma.
Por isso, o caminho da redenção pressupõe renúncia.
Renúncia às banalidades que tomam tempo.
Renúncia às baixezas tão em voga.
Renúncia à maledicência, à pornografia, às vantagens indevidas, à preguiça e ao ócio.
A alma enamorada do ideal cristão tem em si uma urgência do bem.
Tal não significa que viva enlouquecida no afã de muito fazer.
Ela goza de uma paz especial, feita de serviço e de retidão.
Trabalha porque sabe o valor do tempo.
Mas entende que o resultado sempre pertence ao Senhor da vida.
Seu foco reside em ser digna, útil e bondosa.
Para atingir esse estado, dispõe-se a vários sacrifícios.
Abdica de ter razão para viabilizar a paz.
Abre mão de seu conforto para confortar o próximo.
Tudo porque seu coração foi tocado pelo convite do Senhor.
Ela realmente deseja segui-lO.
Por isso, encontra forças para fazer as renúncias necessárias.
Pense a respeito.
Redação do Momento Espírita.
Em 03.05.2012.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Vencedores


Quando se contam histórias de triunfadores, de pessoas que venceram óbices e alcançaram seus sonhos, a reação de muitos é de incredulidade.
Ou, então, se ouvem expressões como: Bom, mas esse é um caso em mil... ou milhão.
No entanto, cada vez mais se apontam exemplos de tenacidade, de esforço hercúleo, de criaturas que superaram todas as expectativas.
E era justamente por esse motivo que aquele caminhoneiro, sentado na plateia, chorava sem parar.
Ele estava acostumado a viajar pelas estradas deste imenso país. Semanas e semanas longe do aconchego do lar, vencendo os quilômetros, entregando preciosas cargas, em obediência a prazos apertados.
Um trabalho solitário, na boleia do seu caminhão, dirigindo horas a fio. Vez ou outra, uma buzina amiga lhe diz que outro solitário motorista se encontra, também, vencendo a estrada, quilômetro a quilômetro.
Um acenar de mãos, um sorriso. Depois, o retorno à monotonia do asfalto.
Sol, chuva, frio, calor, lá está o senhor Renê Martins no seu mister.
Naquele final do ano de 2009, ele apertava a mão da esposa, dona de casa, ao seu lado, igualmente emocionada e procurava entender como seu filho chegara tão longe.
Seu filho, um belo rapaz de vinte e sete anos, Wallace, ali estava para receber um prêmio internacional em um Congresso sobre Processamento de Sinais.
Nascido e criado numa zona de guerra do Rio de Janeiro, o Complexo do Alemão, Wallace já fora o centro das atenções na formatura da turma da Faculdade de Engenharia Eletrônica e da Computação, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Cursando o doutorado, ele mostrou ser possível usar pequenos artifícios para aumentar a quantidade de dados transmitidos por TV digital e banda larga móvel.
O filho de um caminhoneiro e uma dona de casa, nascido em local de intranquilidade e, para muitos, símbolo de desordem e criminalidade.
Mais um vencedor. Mais um exemplo a ser seguido. Em tempos em que tanto se fala a respeito de jovens envolvidos com drogas, com festas rave e outras loucuras, alguém que demonstra o valor da vontade.
Quando se ouve que quem não tem apadrinhamento no mundo não vence, é bom conhecer a história de Wallace que, à semelhança de outros tantos, venceu por seu esforço, por sua dedicação aos estudos.
E diz, através do seu exemplo, a todos os jovens como ele próprio, ou aos adolescentes que se preparam para o ingresso universitário, que não importam raízes, quando se perseguem metas com tenacidade.
Demonstra que o mundo bom pelo qual anelamos vai se alicerçando, a pouco e pouco, embora, na face da Terra.
Exemplifica que, quando se vão colher louros, não se deve esquecer dos que nos ofertaram o corpo físico, nos alimentaram e conosco sonharam: nossos pais.
Finalmente, de que é o Espírito imortal que define diretrizes e pode, energicamente, suplantar óbices, afastar pedregulhos e conquistar sonhos.
Pode-se, enfim, tocar as estrelas e conquistar a lua.
Pensemos nisso.
 
Redação do Momento Espírita, com base em fato, narrado por
Carlos Rydlewski, em
Seleções Reader´s Digest, de junho de 2010.
Em 02.05.2012.