quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Filho do Universo


Um filósofo e poeta norte-americano escreveu, pelos idos de 1927:
Siga tranquilamente entre a inquietude e a pressa, lembrando-se de que há sempre paz no silêncio.
Tanto quanto possível, sem humilhar-se, viva em harmonia com todos os que o cercam.
Fale a sua verdade mansa e calmamente e ouça os outros, mesmo os insensatos e  ignorantes. Eles também têm sua própria história.
Você é filho do Universo, irmão das estrelas e árvores.
Você merece estar aqui e mesmo que você não possa compreender, a Terra e o Universo vão cumprindo o seu destino.
Evite as pessoas agressivas e transtornadas, elas afligem nosso Espírito.
Se você se comparar com os outros, você se tornará presunçoso e magoado, pois haverá sempre alguém inferior e alguém superior a você. Viva intensamente o que pode realizar.
Mantenha-se interessado em seu trabalho, ainda que humilde. Ele é o que de real existe ao longo do tempo.
Seja cauteloso nos negócios, porque o mundo está cheio de astúcia, mas não caia na descrença. A virtude existirá sempre.
Muita gente luta por altos ideais e em toda parte a vida está cheia de heroísmos.
Seja você mesmo. Principalmente, não simule afeição, nem seja descrente do amor, porque mesmo diante de tanta aridez e desencanto, ele é tão perene como a relva.
Você é filho do Universo, irmão das estrelas e árvores.
Você merece estar aqui, e mesmo que ainda não possa compreender, a Terra e o Universo vão cumprindo seu destino.
Aceite com carinho o conselho dos mais velhos, mas seja compreensível com os impulsos inovadores da juventude.
Alimente a força do Espírito que o protegerá no infortúnio inesperado, mas não se desespere com perigos imaginários. Muitos temores nascem do cansaço e da solidão.
E a despeito de uma rotina rigorosa, seja gentil consigo mesmo. Esteja em paz com Deus, como quer que você O conceba. E quaisquer sejam seus trabalhos e aspirações na fatigante jornada da vida, mantenha em paz a própria consciência.
Acima da falsidade, dos desencantos e agruras, o mundo ainda é bonito. Seja prudente.
*   *   *
Sentir-se filho do Universo é sentir-se seguro, sabendo que uma força maior rege nossas vidas, nossas relações, através de leis perfeitas e justas.
Sentir-se irmão das estrelas e das árvores é perceber-se parte de uma natureza sublime, grandiosa, que guarda em seu íntimo objetivos maravilhosos.
E um dia, há muitos e muitos anos, um sublimado Irmão das estrelas e das árvores, falou exatamente sobre isso dizendo:
Observai os pássaros do céu: não semeiam, não ceifam, nada guardam em celeiros. Mas, vosso Pai Celestial os alimenta. Não sois muito mais do que eles?
Observai como crescem os lírios dos campos: não trabalham, nem fiam.
Entretanto, eu vos declaro que nem Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles. Ora, se Deus tem o cuidado de vestir dessa maneira a erva dos campos, quanto maior cuidado não terá em vos vestir!

Redação do Momento Espírita, com base no texto Desiderata,
escrito em 1927, pelo advogado e escritor Max Ehrmann
e transcrição do Evangelho de Mateus, cap. XIX, versículos
 26, 28 a 30.
Em 9.9.2015.


sexta-feira, 12 de junho de 2015


Amor com liberdade

Quando duas pessoas se unem pelo matrimônio não formam um todo único. Embora cada um aceite o outro, nenhum deles tem o direito de exigir ou impor seus interesses e os seus conteúdos.
A união conjugal é espontânea e nenhum dos elementos do par estará totalmente liberado como antes da união.
Cada um deverá à outra parte atenção e respeito, o que motivará a nobreza de dar satisfação dos seus atos, tanto quanto a participação nas realizações individuais.
Tudo isso sem que ninguém se sinta forçado, coagido ou constrangido a qualquer atitude.
Anne Morrow era tímida e delicada como uma borboleta. Filha do embaixador do México, conheceu um jovem aventureiro em visita à fronteira do Sul, a serviço do Departamento de Estado dos Estados Unidos.
O jovem viajava para promover a aviação. Por onde quer que passasse, atraía o olhar e a atenção de toda a gente. Ninguém esquecia que ele havia ganho quarenta mil dólares por ter sido o primeiro homem a atravessar o Atlântico pelo ar.
O valente piloto e a tímida princesa se apaixonaram perdidamente.
Quando Anne passou a se chamar Sra. Charles Lindbergh, não foi ofuscada pela sombra do marido. O amor que os uniria nos quarenta e sete anos seguintes foi um amor sólido, maduro, posto à prova em meio a triunfos e tragédias.
Nunca o casal conseguiu gozar a tranquilidade do anonimato. Lindbergh era notícia, onde quer que fosse. Era um herói nacional, sempre em evidência.
Ela, entretanto, em vez de se ressentir, se sobressaiu como uma das autoras mais conhecidas dos Estados Unidos, uma mulher extremamente respeitada por seus próprios méritos.
A receita de sucesso de sua carreira ela descreve da seguinte maneira:
O amor profundo é a grande força libertadora e o sentimento mais comum que liberta...
O ideal é que o homem e a mulher apaixonados deem liberdade um ao outro para que ambos conheçam mundos novos e diferentes.
Eu não fui exceção à regra. O simples fato de sentir-me amada foi inacreditável e modificou meu mundo, meus sentimentos em relação à vida e a mim mesma.
Adquiri confiança, força e praticamente um novo caráter. O homem com quem eu ia me casar acreditava em mim e no que eu era capaz de fazer e, por conseguinte, descobri que podia fazer mais do que imaginava.
Estamos falando do amor de um marido, um amor forte o bastante para transmitir confiança e, ao mesmo tempo, generoso para ceder.
Sempre próximo para abraçar e, ao mesmo tempo, solto para se deixar enlevar. Com suficiente magnetismo para prender e, ao mesmo tempo, magnânimo a ponto de dar asas... para permitir o voo da esposa.
Nunca teve crises de ciúme quando alguém aplaudia o talento dela e admirava a sua competência.
O homem seguro de si guardou a rede de caçar borboletas para que a sua borboleta pudesse bater asas e voar.
*   *   *
Ser homem ou mulher, nas engrenagens da reencarnação, são posições escolhidas ou sugeridas no mundo dos invisíveis, a fim de que o Espírito possa desempenhar-se bem no conjunto dos seus compromissos do progresso.
Um não é mais importante do que o outro e ambos são convocados pelas leis do infinito para o avanço moral, o crescimento intelectual, enfim, o desenvolvimento de todas as virtudes potenciais do íntimo.
A união deve propiciar o entrelaçamento das mãos, apoiando-se um ao outro na empresa conjugal, para que proliferem as bênçãos de harmonia e ternura que cada um dos consorciados merece viver.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. Amor sem repressão,
de Charles R. Swindoll, do livro 
Histórias para aquecer o coração da mulher,
de Alice Gray, ed. United Press e no cap. 7, do livro Vereda familiar,
pelo Espírito Thereza de Brito, psicografia de J. Raul Teixeira, ed. Fráter.
Em 12.6.2015.