sábado, 11 de maio de 2013

Para minha filha


Minha querida menina, no dia que você perceber que eu estou envelhecendo, eu lhe peço para ser paciente, e acima de tudo, que tente entender pelo que eu estarei passando.
Se quando conversarmos, eu repetir a mesma coisa dezenas de vezes, não me interrompa. Peço-lhe o favor de apenas me ouvir.
Tente se lembrar de quantas vezes na sua infância eu li a mesma história, noite após noite, até você dormir.
Quando eu não quiser tomar banho, não se zangue e não me encabule. Lembra-se de quando era criança e eu tinha que correr atrás de você dando desculpas e tentando colocá-la no banho?
Quando você perceber que tenho dificuldades com novas tecnologias, me dê tempo para aprender e não me olhe de um jeito estranho.
Lembre-se, querida, de como eu pacientemente ensinei a você muitas coisas. A comer direito, a vestir-se, a arrumar seu cabelo e a enfrentar os problemas da vida todos os dias.
O dia que você ver que eu estou envelhecendo, eu lhe peço para ser paciente, mas acima de tudo, que tente entender pelo que eu estarei passando.
Se eu ocasionalmente me perder em uma conversa, dê-me tempo para lembrar e se eu não conseguir, não fique nervosa ou impaciente. Apenas lembre-se, em seu coração, que a coisa mais importante para mim é estar com você.
E quando eu envelhecer e minhas pernas não me permitirem andar tão rápido quanto antes, me dê sua mão da mesma maneira que eu lhe ofereci a minha em seus primeiros passos.
Quando esse dia chegar, não se sinta triste. Apenas fique comigo e me entenda, enquanto termino a minha vida com amor.
Terei sempre gratidão a Deus pelo tempo e pela alegria que compartilhamos.
Minha querida filha, com um sorriso e o coração repleto de amor, eu apenas quero dizer que amo você.
                    *   *   *
Os pais são instrumentos de Deus que nos permitiram a experiência carnal.
São eles que nos ofertaram o corpo físico do qual nos servimos para a caminhada evolutiva.
Devemos ser eternamente gratos por essa oportunidade do renascimento e também por todos os gestos de abnegação e sacrifício que nos ofereceram ao longo da vida.
A ingratidão dos filhos para com os pais é um dos mais graves enganos que o espírito pode cometer na sua caminhada.
Quando nossos genitores não tiverem mais a mesma capacidade física, os mesmos reflexos e a mesma disposição de outros tempos, procuremos nos adaptar a essa nova realidade.
Busquemos nos esforçar para compreender os limites que a idade avançada impõe a eles e aceitemos essa situação com paciência e tolerância.
Auxiliá-los com renúncia, devotamento, carinho e respeito é forma de externarmos a nossa gratidão.
A permanência de nossos pais junto a nós até a velhice, com certeza, é parte do planejamento divino.
Procuremos, então, envolvê-los com amor e entendimento, dando-lhes a mão enquanto podemos.

Redação do Momento Espírita, com base em texto inicial,
de autoria desconhecida.
Em  6.5.2013.


Ato de Amor

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Dizer ou não dizer ao filho que ele é adotado continua sendo, para muitos pais, um grande desafio. Uns falam muito cedo, outros deixam para falar muito mais tarde e a inabilidade para dizer das circunstâncias que levaram à adoção, por vezes, cria algumas dificuldades de relacionamento.
Adoção, contudo, é um especial ato de amor. Por isso, aquela mãe não se cansava de repetir, quase toda noite, a história.
Quando chegava a hora de dormir, ela se deitava ao lado da menina, acariciava os seus cabelos, a aconchegava e lhe dizia como ela era uma criança especial. E muito amada.
Durante muito tempo, contava, seu pai e eu quisemos ter um bebê. Oramos para que eu ficasse grávida. Os anos se passaram e nada aconteceu.
Começamos a compreender que Deus tinha algo diferente para nós. E decidimos adotar um bebê. Um bebê cuja mãe não tivesse condições de cuidar dele.
Então, um dia o telefone tocou e uma voz do outro lado da linha me disse que o nosso bebê havia acabado de nascer. Era uma menina.
Telefonei ao seu pai no escritório. Ele veio correndo para casa e fomos até o hospital.
Por detrás do vidro do berçário, ficamos olhando a fileira de bercinhos com os bebês recém-nascidos, tentando adivinhar qual era você.
Não víamos a hora de a levar para casa e apresentá-la à nossa família e aos amigos. Quando chegamos frente ao portão, havia uma multidão de amigos com presentes nas mãos, ansiosos por conhecer nosso bebê.
E, filha, você tem sido uma bênção para nós. A melhor coisa que seu pai e eu fizemos na vida foi adotar você.
A mãe se empolgava em contar. A filha adorava ouvir. E toda vez sentia que ser adotada era uma coisa muito especial. Ela havia sido escolhida.
Quando a menina cresceu, casou-se e engravidou, a mãe a foi visitar. Ela estava no sétimo mês de gravidez e se sentia muito desconfortável.
O bebê não parava de chutar. Enquanto a jovem gemia e levava a mão ao ventre, sua mãe lhe disse:
Deve ser uma coisa maravilhosa sentir o chute de um bebê na barriga.
De repente, a filha se deu conta que sua mãe nunca sentira um bebê no útero. Por isso, tomou as mãos da mãe, colocou-as na sua barriga e falou:
Mãe, sinta sua neta.
Uma extraordinária expressão de alegria se estampou no rosto daquela mãe, que nunca pudera ter uma gestação, que nunca pudera sentir o filho no seu ventre.
E a filha compreendeu que, naquele momento, oferecia para sua mãe, aquela mulher que a adotara com tanto amor, um presente que ela nunca pôde sentir pessoalmente.
Ela havia recebido tantos presentes ao longo da sua vida. Sempre fora imensamente amada e acarinhada. E agora podia repartir um momento muito especial com aquela mulher especial, sua mãe.
*   *   *
A maternidade do coração é muito mais vigorosa do que a do corpo.
Quem adota, o faz por amor. Pais de adoção são almas que sustentam outra alma, vidas completas que amparam outra vida em desenvolvimento.
Seu querer é suave como a claridade da lua e forte como somente o amor abnegado pode se tornar.
São anjos anônimos e abençoados na multidão, demonstrando que o amor é Deus e dEle tudo procede e que pessoa alguma é propriedade de outra, porque todos somos filhos do Seu amor, nutridos pelo amor.

Redação do Momento Espírita, com base no
cap.
Eu fui escolhida, do livro Histórias para o coração da mulher, de
Alice Gray, ed. United Press; no cap.
Filho adotivo e no cap.Mãe adotiva, do livro S.O.S.  família, por diversos Espíritos, psicografia de
Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 8.5.2013.

Amor Eterno

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Você gosta do meu vestido? - Perguntou a menina para a estranha que passava.
Minha mãe fez para mim! Comentou, com uma lágrima nos olhos.
Bem, eu acho que é muito bonito. Mas me conte por que você está chorando? - Disse a senhora.
Com um ligeiro tremor na voz, a menina falou:
Depois que mamãe me fez este vestido, ela teve que ir embora.
Bem, disse a senhora, agora você deve ficar esperando por ela. Estou certa que ela voltará em breve.
Não, a senhora não entendeu. Meu pai disse que a mamãe está com meu avô, no céu.
Finalmente, a mulher percebeu o que a criança estava dizendo e porque estava choramingando.
Comovida, ajoelhou-se e, carinhosamente, embalou a criança nos braços. Acariciando-a, chorou baixinho com ela. Então, de repente, a menina fez algo que a mulher achou muito estranho: começou a cantar.
Cantava tão suavemente que era quase um sussurro. Era o mais doce som que a mulher já tinha ouvido. Parecia a canção de um pássaro. Quando a criança parou de cantar, explicou para a senhora:
Minha mãe cantou esta canção para mim antes de ir embora. Ela me fez prometer sempre cantar quando começasse a chorar, porque isso me faria parar.
Veja, exclamou a criança, cantei e agora os meus olhos estão secos.
Quando a mulher se virou para ir embora, a pequena menina se agarrou na sua roupa.
Senhora, pode ficar apenas mais um minuto? Quero lhe mostrar uma coisa.
Claro que sim, falou a senhora. O que você quer que eu veja?
Apontando para uma mancha no seu vestidinho, a menina falou:
Aqui está a marca onde minha mãe beijou meu vestido. E aqui, disse, apontando outra mancha, é outro beijo, e aqui, e aqui. A mamãe disse que colocou todos esses beijos em meu vestido para que eu sempre tenha seus beijos se algo me fizesse chorar.
Naquele momento, a senhora percebeu que não estava apenas olhando para uma criança, cuja mãe sabia que iria partir e que não estaria presente, fisicamente, para beijar as lesões que a filha viesse a ter.
Aquela mãe havia gravado todo seu amor no vestido da sua pequena e encantadora criança. Vestido que agora a menina usava tão orgulhosamente.
A mulher já não via apenas uma pequena menina dentro de um simples vestido. Via uma criança embrulhada no amor de sua mãe.
*   *   * 
A morte a todos alcança. Preparar-se para recebê-la com dignidade, preparando igualmente os que permanecerão na Terra por mais tempo, demonstra altruísmo e grandeza d’alma.
Como Jesus nos afirmou que nenhum de nós sabe exatamente a hora em que terá que partir, importante que distribuamos o nosso amor e vivamos as nossas vidas em totalidade.
Assim, quando tivermos que partir, as lembranças do que fomos e do que fizemos, aquecerão as almas dos nossos amores, amenizando o vazio da nossa ausência física.
Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita, com base
no texto
Amor eterno, de autoria ignorada.
Em 7.5.2013.