domingo, 30 de dezembro de 2012

Um conto de Natal



 A história é simples, mas comovedora. Tudo começou porque Mike odiava o Natal. Claro que não era o verdadeiro sentido do Natal, mas seus aspectos comerciais.
Os gastos excessivos, a corrida frenética na última hora para comprar presentes para alguém da parentela de que se houvesse esquecido.
Sabendo como ele se sentia, certo ano a esposa decidiu deixar de lado as tradicionais camisetas, casacos, gravatas e coisas do gênero. Procurou algo especial só para Mike.
A inspiração veio de uma forma um tanto incomum. O filho Kevin, que tinha doze anos na época, fazia parte da equipe de luta livre da sua escola.
Pouco antes do Natal, houve uma disputa especial contra uma equipe patrocinada por uma Associação da parte mais pobre da cidade.
Esses jovens usavam tênis tão velhos que a impressão que passavam é de que a única coisa que os segurava eram os cadarços.
Contrastavam de forma gritante com os outros jovens, vestidos com impecáveis uniformes azuis e dourados e tênis especiais novinhos em folha.
Quando a competição acabou, a equipe da escola de Kevin tinha arrasado com eles.
Foi então que Mike balançou a cabeça triste e falou: Queria que pelo menos um deles tivesse ganho. Eles têm muito potencial, mas uma derrota dessas pode acabar com o ânimo deles.
Mike adorava crianças. Todas as crianças. E as conhecia bem, pois tinha sido técnico de times mirins de futebol, basquete e vôlei.
Foi aí que a esposa teve a ideia. Naquela tarde, foi a uma loja de artigos esportivos e comprou capacetes de proteção e tênis especiais que enviou, sem se identificar, para a Associação que patrocinava aquela equipe.
Na véspera de Natal, deu ao marido um envelope com um bilhete dentro, contando o que tinha feito e que esse era o seu presente para ele.
O mais belo sorriso iluminou o seu rosto naquele Natal. No ano seguinte, ela comprou ingressos para um jogo de futebol para um grupo de jovens com problemas mentais.
No outro, enviou um cheque para dois irmãos que tinham perdido a casa em um incêndio, na semana anterior ao Natal.
O envelope passou a ser o ponto alto do Natal daquela família.
Os filhos deixavam de lado seus brinquedos e ficavam esperando o pai pegar o envelope e revelar o que tinha dentro.
As crianças foram crescendo. Os brinquedos foram sendo substituídos por presentes mais práticos, mas o envelope nunca perdeu o seu encanto.
Até que Mike morreu. Chegou a época do Natal e a esposa estava se sentindo muito só. Triste. Quase sem esperanças.
Mas, na véspera do Natal, ela preparou o envelope como sempre.
Para sua surpresa, na manhã seguinte, havia mais três envelopes junto dele. Cada um dos filhos, sem um saber do outro, havia colocado um envelope para o pai.
*   *   *
O verdadeiro espírito do Natal se chama amor e no momento especial em que se reprisa, nos quadros da Terra, nos possibilita o exercício da nossa capacidade maior de doação.
Muito além dos presentes, da ceia, do encontro familiar, comemorar o Natal significa viver a mensagem do Divino Aniversariante, lançada há mais de dois mil anos e que até hoje prossegue ecoando nos corações...

Redação do Momento Espírita, a partir de história de
autor desconhecido.
Em 21.12.2012.

Vai ficar tudo bem




Let it be é o décimo terceiro e último álbum do grupo inglês de rock, The Beatles.
Foi gravado entre janeiro de 1969 e março/abril de 1970 e foi lançado em 8 de maio de 1970.
Inicialmente, o nome previsto para o álbum era outro. Mas acabou sendo mesmo o nome da faixa composta por Paul McCartney.
Paul a escreveu em homenagem a sua mãe, Mary McCartney, vítima de câncer de mama, quando ele tinha quatorze anos de idade. À época, a morte da mãe o abalara profundamente.
Conta Paul que, certa noite, sonhou com a mãe vindo em sua direção e lhe dizendo Let it be. Algo como Deixa estar ou Vai ficar tudo bem.
Quando acordou, já estava com a melodia da música na cabeça e os versos foram brotando:
Quando eu me encontro em tempos difíceis, mãe Maria vem para mim, falando palavras de sabedoria: “Vai ficar tudo bem.”
E, nas minhas horas de escuridão, ela está em pé bem na minha frente, falando palavras de sabedoria, sussurrando palavras de sabedoria: “Vai ficar tudo bem.”
E, quando as pessoas de coração partido, morando no mundo concordarem, haverá uma resposta: “Vai ficar tudo bem.”
Pois, embora possam estar separados há ainda uma chance que eles verão. Haverá uma resposta: “Vai ficar tudo bem.”
E quando a noite está nublada, há ainda uma luz que brilha em mim, brilha até a manhã: “Vai ficar tudo bem.”
Eu acordo ao som da música. Mãe Maria vem para mim. Não haverá tristeza. Vai ficar tudo bem.
*   *   *
Os versos traduzem alegria. Alegria ante a constatação de que a mãe vive a Imortalidade do Espírito.
E de onde quer que se encontre, nesse imenso Universo de Deus, vem ao encontro do filho quando as dificuldades se fazem maiores, quando as dores se tornam superlativas.
É o atestado do amor materno, que jamais abandona os seus filhos, sublimando-se no sentimento de amar, incondicionalmente.
Muitos filhos, como Paul McCartney, lhes detectam a presença generosa. Outros podem nem perceber, nem se dar conta.
Mas mãe é essa criatura especial que vela sempre, que faz da vida do filho a sua própria, que renuncia a seus prazeres e necessidades para suprir o de que carece o filho.
Também é uma canção de esperança. Esperança de que um dia todos possam perceber essa realidade. Tudo é passageiro na Terra. Tudo passa.
A morte separa as pessoas fisicamente, mas ninguém pode separar Espíritos que se amam. Porque o amor é indestrutível e tudo vence.
Vence o tempo, vence as fronteiras da morte, brilha na Imortalidade.
E, para amenizar a saudade da ausência física, nas asas do sono, os seres se encontram: uns ainda prisioneiros na carne, outros já libertos no mundo espiritual.
E, enquanto as horas do sono se fazem reparadoras para o corpo cansado, o Espírito sonha, nos campos espirituais.
Finalmente, depois dos dias de separação, dos anos de paciente espera, o grande reencontro das almas se faz.
Pensemos nisso e não nos permitamos o mergulho no poço da depressão. Nossos amores vivem.
E a dor que nos castiga agora, vai passar. Tudo vai ficar bem... Logo mais.

Redação do Momento Espírita.
Em 28.12.2012.

Seu primeiro Natal




Meu filho... É seu primeiro Natal.
Por algum tempo pensei no que lhe dizer, pois, como pai, tenho também a missão de lhe apresentar o mundo - de descrevê-lo em todas suas nuances.
Puxa... É seu primeiro Natal...
Sei que as pequenas luzes que brilham em todo lugar irão lhe encantar os olhos... Mas, sobre elas, gostaria de lhe dizer que representam estrelas.
Sim, as estrelas do Céu, que desejávamos trazer para mais perto de nós. Por isso enfeitamos as vitrines da vida com essas lâmpadas multicolores.
Sabe... Não precisaríamos de todas elas, pois uma só nos bastaria: a que representa a vinda para a Terra de um Amigo muito querido, que chamamos Jesus.
Sim, o mesmo Jesus de nossa oração diária, com o qual conversamos rapidamente antes de você dormir.
Bastaria uma estrela apenas... que trouxéssemos mais para perto de nós.
Nem todo mundo lembra disso, meu filho... E, embora em quase todos os lares possamos ver as estrelinhas brilhantes, na maioria deles, elas só estão reluzindo pelo lado de fora e não dentro de seus corações.
Aqui em casa elas estão por toda parte, pois você gosta tanto delas, não é? E saiba que estão no coração do papai, da mamãe, e de todos aqueles que te amam muito!
*   *   *
Você ouvirá muito a palavra presente, e confesso a você que muitas pessoas vão pronunciar esta palavra sem a mínima ideia do que ela significa.
Vão procurar esses tais presentes por aí, nas lojas, na televisão, na Internet, mas, não vão poder encontrar...

Para você entender bem o que é um presente, basta que se lembre do rosto de sua mãe e de seu pai quando o abraçamos diariamente.

Um presente é uma alegria que não acaba nunca, meu filho...
Você verá alguns homens vestidos com uma roupa vermelha bonita, também. É bom se acostumar, pois eles estarão por toda parte.
Talvez você se assuste um pouco com eles, mas saiba que eles representam a bondade no coração dos homens, bondade que faz com que as pessoas se desapeguem de suas coisas e as doem a quem precisa mais do que elas.
Você verá festas, comidas diferentes, ruas lotadas de pessoas, músicas belas. Mas saiba que tudo isso é apenas uma representação muito tímida do que realmente é o Natal.
O Natal é um convite que nos é refeito todos os anos, filhinho, quando os Bons Espíritos do Universo voltam a nos dizer que nascemos e renascemos para amar e que o amor deve estar acima de tudo na existência.
Esperamos poder lhe apresentar o amor, ao longo desses Natais que passaremos juntos.
E para isso, voltaremos a falar, muitas e muitas vezes, desse Amigo que chamamos Jesus. O Jesus da oração antes de dormir, o Jesus do Natal, o Jesus do amor...
Saiba ainda, filho amado, que, em seu primeiro Natal, seus pais agradecem muito ao Pai Maior por tê-lo ao seu lado.
As estrelinhas aqui de casa vão brilhar por toda parte, e cada uma delas estará dizendo: Amo você.
Feliz Natal, meu filho...

Redação do Momento Espírita
Disponível no CD Momento Espírita Especial de Natal,
v. 15 e no livro Momento Espírita, v. 8, ed. Fep.
Em 25.12.2012.