sábado, 16 de junho de 2012

Comece por você


      


        Para quem tem olhos de ver, em toda parte ensinamentos se fazem presentes.

        No túmulo de um bispo anglicano, que está na cripta da Abadia de Westminster, na praça do Parlamento, em Londres, pode-se ler o seguinte:

        Quando eu era jovem, livre, e minha imaginação não tinha limites, eu sonhava em mudar o mundo.

        À medida que me tornei mais velho e mais sábio, descobri que o mundo não ia mudar. Reduzi, então, meu campo de visão e resolvi mudar apenas meu país.

        Mas acabei achando que isso, também, eu era incapaz de mudar.

        Envelhecendo, numa última e desesperada tentativa, decidi mudar apenas minha família, os mais próximos, mas, ai de mim, eles não estavam mais ali.

        Agora, no meu leito de morte, de repente percebo: se eu tivesse primeiro me empenhado apenas em mudar a mim mesmo, pelo meu exemplo eu teria mudado minha família.

        Com a inspiração da família e encorajado por ela, teria sido capaz de melhorar meu país e, quem sabe, poderia até ter mudado o mundo.

* * *

        Quase sempre, pensamos e agimos exatamente assim. É comum lermos um trecho do Evangelho e logo pensarmos como aquelas frases seriam muito importantes para alguém da nossa família.

        Quando ouvimos uma palestra edificante, que concita ao bem, logo nos vem à mente o pensamento de que seria muito bom se determinada pessoa estivesse ali para ouvir.

        Isso faria muito bem para ela! É o que dizemos para nós mesmos.

        Como esta informação a poderia modificar, mudar sua forma de agir.

        Quando estamos vinculados a uma determinada religião, o pensamento não é diferente.

        Ficamos a desejar que nossos parentes, nossos amigos, colegas professem a mesma crença, comunguem dos mesmos ideais.

        Por vezes, chegamos a nos tornar um pouco inconvenientes, ou talvez até em demasia, mandando recados, frases escolhidas para os amigos.

        Tudo nesse intuito de que eles as leiam, as absorvam e coloquem em prática.

        São frases que se referem aos bons costumes, à ética, à moral e quem as recebe, com certeza, pensará também:

        Seria muito bom que o remetente colocasse em prática essas fórmulas. Ele precisa disso.

        Por isso é que o Mundo ainda não é esse local especial que tanto ansiamos: um oásis de compreensão, com aragem de paz e fontes cantantes de fraternidade.

        Porque cada um de nós deseja, pensa, anseia por mudar o outro. Por fazer que o outro se revista de compreensão, de polidez.

        Contudo, o Modelo e Guia da Humanidade estabeleceu que cada um deve dar conta da sua própria administração.

        Administração da sua vida, dos seus deveres, da sua missão.

        O mundo é a somatória de todos nós, das ações de todos os homens.

        Cabe-nos pois a inadiável decisão de nos propormos à própria melhoria.

        E hoje, hoje é o melhor dia para isso. Nem amanhã, nem depois.

        Hoje. Comecemos a pensar em que poderemos nos melhorar.

        Quem sabe, um gesto de gentileza? Que tal um Bom dia? Um Obrigado, um sorriso?

        Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.
Em 30.04.2008.

Em viagem


 A existência terrestre é uma viagem educativa.
Começa na meninice, avança pelos caminhos claros da plenitude física, e altera-se na noite da enfermidade ou da velhice,para renovar-se, além da morte.
Reparemos, pois, como seguimos.
Não nos agarremos aos bens materiais, senão no estritamente necessário para que nos façamos valioso irmão no concurso aos companheiros de jornada e útil a nós mesmos.
Há muitos viajores que sucumbem na caminhada sob pesados madeiros de ouro a que se atam, desorientados.
Não reclamemos devotamento do próximo, e, sim, amemos e auxiliemos a todos os que se aproximem de nós, para que nosso amor não desça do Alto aos tenebrosos despenhadeiros do exclusivismo.
Não prossigamos viagem guardando ressentimento, para que não aconteça de nos prendermos impensadamente aos labirintos do ódio.
Muitos viajantes, a pretexto de fazerem justiça, tombam, insensatos, em escuras armadilhas da crueldade e da intriga, com incalculáveis prejuízos no tempo.
Recordemos que iniciamos a excursão terrestre sem qualquer patrimônio e encontramos carinhosos braços de mãe que nos embalaram, amparando-nos, em nome do Eterno.
Lembremo-nos de que nada possuímos, à frente do Pai Celestial, senão nossa própria alma e, por isso mesmo, só emnossa alma amealharemos o tesouro que a ferrugem não consome e que as traças não roem.
Prazer e dor, simplicidade e complexidade, escassez e abastança, beleza da forma ou tortura do corpo físico, são simplesmente lições.
O caminho do mundo, que atravessamos cada dia, é apenas escola.
Nossos afetos mais doces são companheiros com tarefas diferentes das nossas.
Sigamos sem imposição, sem preguiça, sem queixa nem exigência.
O corpo é nosso veículo santo.
Não lhe desrespeitemos a harmonia.
A experiência é nossa instrutora.
Não lhe menosprezemos o ensinamento.
*   *   *
Estamos todos em viagem.
Sabemos quando chegamos, mas não conhecemos a data de nossa partida.
Todo tempo aqui deve ser muito bem aproveitado.
Toda companhia, agradável ao coração ou não, merece nosso respeito e atenção, pois não está ali por acaso.
Como viajor que sabe aproveitar as belezas do novo país que conhece, saibamos aprender com a vida, estudá-la em suas mais sutis lições de amor.
Não percamos tempo com implicâncias injustificadas, ódios gratuitos e prazeres efêmeros. A existência é muito maior do que isso.
*   *   *
Mensagens singelas como esta, num programa de rádio diário, são alertas aos nossos corações. São recados da Espiritualidade Superior que se importa com nossas vidas, e nos deseja ver retornar ao mundo essencial, vitoriosos.
Pensemos nisso.
Pensemos em nossa encarnação todos os dias.
Encontremo-nos todos os dias.
Encontremos o Criador todas as manhãs e noites, e viveremos mais felizes.
Colecionemosmomentos de alegria durante a viagem, construídos pelo amor que cresce em nossa alma aprendiz. 
Redação do Momento Espírita com base
no cap. 8, do livro
Caridade, pelo Espírito Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Ide.

Em 04.06.2012.
 

O mundo e o mal


Em certo trecho do Evangelho, Jesus faz uma longa oração pelos Seus discípulos.
Nessa oração, Ele pede a Deus que não os tire do mundo, mas que os livre do mal.
Esse trecho da prece do Cristo suscita as mais interessantes reflexões.
Nos centros religiosos, há sempre grande número de pessoas preocupadas com a ideia da morte.
Muitas não creem na paz, nem no amor, senão em planos diferentes da Terra.
A maioria aguarda situações imaginárias e injustificáveis em seu futuro espiritual.
Nessa expectativa de um amanhã rosado e glorioso, esquecem o esforço próprio.
Não fazem o possível para tornar melhor o mundo em que vivem.
Olvidam a bênção do trabalho, da disciplina e da perseverança.
Envolvem-se o mínimo possível com o sofrimento alheio.
Parecem achar que a vida na Terra é simplesmente algo a ser suportado.
Quanto antes passar, da forma mais automática possível, mais rapidamente entrarão na posse de uma felicidade perfeita.
Contudo, o anseio de morrer para ser feliz é enfermidade do Espírito.
Afinal, orando ao Pai por Seus discípulos, Jesus não rogou para que fossem retirados do mundo.
Pediu apenas que fossem libertos do mal.
Trata-se de um eloquente sinal de que o importante para as criaturas não consiste em trocar de domicílio.
Na Terra ou no Plano Espiritual, continuam as mesmas.
O mal, portanto, não é essencialmente do mundo, mas das criaturas que o habitam.
A Terra, em si, sempre foi boa.
De sua lama, brotam lírios de delicado aroma.
Sua natureza maternal é repositório de maravilhosos milagres que se repetem todos os dias.
De nada adianta alguém partir do planeta, quando seus males não foram exterminados convenientemente.
Em tais circunstâncias, a imensa maioria dos homens se assemelha aos portadores das chamadas moléstias incuráveis.
Podem trocar de residência.
Mas a mudança é quase nada, se as feridas os acompanham.
O relevante é embelezar o mundo e aprimorá-lo.
E isso se realiza mediante a transformação moral dos homens.
Nessa linha, cada ser humano é colocado no melhor contexto para que se aperfeiçoe.
Então, você não precisa morrer e nem mesmo trocar de vizinhança, de emprego, de família ou de país para ser feliz.
Necessita, sim, ser digno e generoso onde quer que a vida o tenha colocado.
Precisa aprender a perdoar e a dar de si, em vez de reclamar auxílio dos outros.
Quando se tornar trabalhador, desprendido, leal e bondoso, viverá em paz em qualquer ambiente.
Ainda que desafiado por fatores externos, possuirá um pedaço do céu em seu coração.
Pense nisso.
 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 30 do livro Caminho,
Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido
Xavier, ed. FEB.

Em 01.06.2012.
 

Deuses do amor


A Internet é ferramenta excelente para aqueles que a utilizam para as coisas altruístas, que compartilham o que é bom e belo.
Foi assim que, de uma dessas criaturas especiais, dispostas à salutar semeadura, recebemos o seguinte texto:
Abbey, nossa cadelinha de quatorze anos, morreu no mês passado.
No dia seguinte, minha filha de quatro anos, Meredith, chorava e comentava sobre a saudade que sentia de Abbey.
Ela perguntou se poderia escrever uma carta para Deus a fim de que, assim que Abbey chegasse ao céu, Deus a reconhecesse.
Eu concordei e ela ditou as seguintes palavras:
“Querido Deus. O Senhor poderia tomar conta da minha cachorrinha?
Ela morreu ontem e está aí no céu com o Senhor. Estou com muitas saudades dela.
Fico feliz porque o Senhor deixou que eu ficasse com ela mesmo depois dela ter ficado doente.
Espero que o Senhor brinque com ela. Ela gosta de nadar e de jogar bola.
Estou mandando uma foto dela para que, assim que a veja, o Senhor a reconheça e saiba que é a minha cachorrinha.
Assinado: Meredith.”
Pusemos a carta em um envelope com uma foto de Abbey com Meredith. Endereçamos: Deus. Céu.
Também pusemos nosso endereço como remetente. E Meredith colou vários selos na frente do envelope, pois ela disse que precisaria de muitos para a carta chegar até o céu.
Naquela tarde, ela colocou a carta numa caixa do correio.
Dias depois ela perguntou se Deus tinha recebido a carta. Respondi afirmativamente.
Ontem, havia um pacote embalado em papel dourado, na varanda de nossa casa, endereçado a Meredith.
Dentro havia um livro que dissertava a respeito da morte de animais de estimação.
Na capa interna, estava colada a carta de Meredith. Na outra página, a foto que ela mandara pelo correio e o seguinte bilhete:
“Querida Meredith. A Abbey chegou bem. A foto ajudou muito e eu a reconheci imediatamente.
Abbey não está mais doente. O espírito dela está aqui comigo como está no seu coração.
Ela adorou ter sido seu animal de estimação. Como não precisamos de nossos corpos no céu, não tenho bolso para guardar a sua foto.
Assim, a estou devolvendo dentro do livro para você guardar como uma lembrança da Abbey.
Obrigado por sua linda carta. Agradeço a sua mãe por tê-la ajudado a escrever e enviado para mim.
Que mãe maravilhosa você tem! Eu a escolhi especialmente para você.
Envio muitas bênçãos todos os dias e lembro que amo muito vocês.
A propósito, sou fácil de encontrar: Estou em todos os lugares onde exista amor.
Assinado: Deus.”
*   *   *
Que emocionante história! Uma mãe que se importa com os sentimentos da filha. Alguém que se dispõe a responder e lecionar, com simplicidade, belas verdades.
Deus é Espírito. Deus é amor. Ama a todos e Se encontra em todo lugar. Fácil de ser localizado.
E as palavras do doce Rabi Galileu parecem ressoar em nossa intimidade: Vós sois deuses. Podeis fazer tudo que faço e muito mais.
Somos deuses na Imortalidade. Somos deuses no exercício do amor.
Pensemos nisso.
 
Redação do Momento Espírita, com base
em texto de autoria desconhecida.

Em 06.06.2012.