quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Suave convite


 Nos tempos modernos, torna-se cada vez mais frequente o surgimento de transtornos emocionais e diversos tipos de fobias e angústias sociais.
Isso demonstra o grau de infelicidade de muitas criaturas.
Tem sido comum a alma humana buscar o alento e apoio nas coisas materiais ou nas pessoas.
Viagens, compras, jogos de azar, entrega às fartas mesas e à embriaguez, férias prolongadas – tudo constitui um caminho comum na busca incessante de se equilibrar emocionalmente.
A desilusão é certa quando se busca o alívio em algo material.
Com o tempo, tudo isso leva ao enfado e ao descontentamento.
As amizades, quando não são sinceras, se esvaem com o tempo.
As variadas terapias que temos à disposição, muitas vezes não trazem o resultado que o indivíduo busca.
*   *   *
Jesus, nosso celeste Amigo, nos convida à Sua companhia para que tenhamos o amenizar das dores. A proposta do Mestre é a do auxílio incessante. Vinde a mim... que eu vos aliviarei.
Não existe a promessa de que o problema será retirado da vida de cada pessoa, pois todos têm que resgatar o que devem perante a lei de Deus.
Mas Ele nos oferece a certeza de que está sempre conosco, iluminando nossos caminhos, para que nos sintamos fortalecidos ao enfrentar as dificuldades.
Com Jesus Cristo temos o discernimento para entender que ninguém se acha no mundo sem nobres objetivos.  
No quadro de todas as lutas humanas, a ajuda de Jesus é essencial para a conquista da harmonia física, mental e espiritual.
Poucos de nós paramos para meditar no verdadeiro papel do Cristo na vida de cada um.
Se permitirmos que Ele se mantenha vivo em nossos corações, alcançaremos com mais facilidade a coerência e a lucidez nas atitudes e nos sentimentos.
Jesus prossegue socorrendo a pequenez humana e, nos dias de insegurança, Ele representa para nós um foco de luz.
Faz o convite diário a todas as criaturas, sem distinção e, com certeza, nos aguarda de braços abertos, cheio de esperança de que busquemos conhecê-lO e aprendamos a amá-lO com os nossos mais sinceros sentimentos.
*   *   *
O apoio do Cristo é de importância capital para cada um e para todos nós.
Se, por um lado, Ele não retira o fardo da quota das nossas responsabilidades, por outro, jamais nos deixa à míngua da Sua luminosa presença, o que será sempre garantia de fortalecimento para o enfrentamento da asperidade.
O Cristo é, assim, para nós, a fonte do ansiado alívio para todos os tormentos, para todas as lutas e dores, impulsionando-nos para que aprendamos a solucionar intrincados enigmas por meio da nossa comunhão com os Seus ensinos.
Não apenas nas quadras de aperto e infelicidade, mas, também, quando tudo nos sorri, quando o sol brilha sobre as nossas estradas, pois esse é o melhor tempo de fixarmos o aprendizado para os tempos de invernia.
Busque-O, você também, em cada dia da sua vida, com alegria interior, instalando em si mesmo os prenúncios da paz que o vacinará contra os maus tempos da alma, dando-lhe resistência para facear, com bom ânimo, todo e qualquer testemunho pelo qual tenha que passar. 
Redação do Momento Espírita, com base
 no cap. 3, do livro
Quem é o Cristo,
pelo Espírito Francisco de Paula Vítor,
psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.
Em 17.8.2012.

domingo, 26 de agosto de 2012

As quatro estações da vida


        Você já notou a perfeição que existe na natureza? Uma prova incontestável da harmonia que rege a Criação. Como num poema cósmico, Deus rima a vida humana com o ritmo dos Mundos.
        Ao nascermos, é a primavera que eclode em seus perfumes e cores. Tudo é festa. A pele é viçosa. Cabelos e olhos brilham, o sorriso é fácil. Tudo traduz esperança e alegria.
        Delicada primavera, como as crianças que encantam os nossos olhos com sua graça. Nessa época, tudo parece sorrir. Nenhuma preocupação perturba a alma.
        A juventude corresponde ao auge do verão. Estação de calor e beleza, abençoada pelas chuvas ocasionais. O sol aquece as almas, renovam-se as promessas.
        Os jovens acreditam que podem todas as coisas, que farão revoluções no Mundo, que corrigirão todos os erros.
        Trazem a alma aquecida pelo entusiasmo. São impetuosos, vibrantes. Seus impulsos fortes também podem ser passageiros... Como as tempestades de verão.
        Mas a vida corre célere. E um dia – que surpresa – a força do verão já se foi.
        Uma olhada ao espelho nos mostra rugas, os cabelos que começam a embranquecer, mas também aponta a mente trabalhada pela maturidade, a conquista de uma visão mais completa sobre a existência. É a chegada do outono.
        Nessa estação, a palavra é plenitude. Outono remete a uma época de reflexão e de profunda beleza. Suas paisagens inspiradoras - de folhas douradas e céus de cores incríveis – traduzem bem esse momento de nossa vida.
        No outono da existência já não há a ingenuidade infantil ou o ímpeto incontido da juventude, mas há sabedoria acumulada, experiência e muita disposição para viver cada momento, aproveitando cada segundo.
        Enfim, um dia chega o inverno. A mais inquietante das estações. Muitos temem o inverno, como temem a velhice. É que esquecem a beleza misteriosa das paisagens cobertas de neve.
        Época de recolhimento? Em parte. O inverno é também a época do compartilhamento de experiências.
        Quem disse que a velhice é triste? Ela pode ser calorosa e feliz, como uma noite de inverno diante da lareira, na companhia dos seres amados.
        Velhice também pode ser chocolate quente, sorrisos gentis, leitura sossegada, generosidade com filhos e netos. Basta que não se deixe que o frio enregele a alma.
        Felizes seremos nós se aproveitarmos a beleza de cada estação. Da primavera levarmos pela vida inteira a espontaneidade e a alegria.
        Do verão, a leveza e a força de vontade. Do outono, a reflexão. Do inverno, a experiência que se compartilha com os seres amados.
        A mensagem das estações em nossa vida vai além. Quando pensar com tristeza na velhice, afaste de imediato essa idéia.
        Lembre-se que após o inverno surge novamente a primavera. E tudo recomeça.
        Nós também recomeçaremos. Nossa trajetória não se resume ao fim do inverno. Há outras vidas, com novas estações. E todas iniciam pela primavera da idade.


        Após a morte, ressurgiremos em outros planos da vida. E seremos plenos, seremos belos. Basta para isso amar. Amar muito.        Amar as pessoas, as flores, os bichos, os Mundos que giram serenos. Amar, enfim, a Criação Divina. Amar tanto que a vida se transforme numa eterna primavera.

Redação do Momento Espírita.

AS DECEPÇÕES E A BONDADE DIVINA



        “A felicidade não é deste Mundo” constitui uma citação bastante cconhecida.         Ela corresponde a uma realidade, pois raramente no Mundo se conjuga tudo o que se acha necessário para alguém ser perfeitamente feliz.
        Saúde, mocidade, beleza e dinheiro entram nessa equação.
        Contudo, mesmo na presença de tais fatores objetivos, muitas vezes a criatura padece de tormentos íntimos.
        Vêem-se com freqüência seres aparentemente privilegiados a reclamar da vida.
        Consultórios de psicólogos e psiquiatras também são freqüentados por aqueles a quem se imaginaria felizes e saciados.
        Mas a ampla maioria dos seres humanos debate-se com inúmeros problemas.
        Nos mais variados planos da existência, os dramas se sucedem.
        Dificuldades financeiras, de relacionamento ou de saúde clamam por atenção.
        Perante as naturais decepções do Mundo, por vezes as criaturas se rebelam.
        Quando alcançadas por experiências dilacerantes, imaginam-se abandonadas por Deus.
        Esse modo de sentir revela uma compreensão muito restrita da vida.
        Ele até seria razoável, caso tudo se esgotasse em uma única existência material.
        Perante a vida que segue pujante além do túmulo, os problemas materiais diminuem de importância.
        Em face desse amplo contexto, dificuldades não são tragédias, mas simples desafios.
        Em cada homem reside um Anjo em perspectiva.
        Ele é brindado com as experiências necessárias para atingir o seu augusto potencial.
        As dores, por maiores que sejam, sempre passam.
        Mesmo uma enfermidade incurável tem o seu término.
        Após a morte do corpo físico, o Espírito prossegue sua jornada.
        Se conseguiu passar com dignidade pelo teste, ressurge mais forte e virtuoso.
        Caso tenha se permitido reclamações e revoltas, terá de refazer a lição.
        Convém ter isso em mente ao enfrentar as crises da vida.
        Deus é um Pai amoroso e bom.
        Ele não Se rejubila em torturar Suas criaturas.
        As dores do Mundo têm finalidades transcendentes.
        A maioria é providenciada pelos próprios homens, com suas paixões e equívocos.
        Todas elas constituem desafios.
        Ninguém deve acalentar o masoquismo e se rejubilar em sofrer.
        É preciso lutar para sair de todas as dificuldades e recuperar o bem-estar.
        Mas em face de situações inelutáveis, quando nada se pode fazer, é necessário pensar na bondade Divina.
        Ela não se revela apenas quando tudo parece estar sob um céu azul, nas mesas fartas e nos sorrisos radiantes.
        A bondade de Deus também se manifesta no sofrimento que torna o homem mais apto a compreender a dor do semelhante.
        Ela está presente nas situações constrangedoras que minam o orgulho, a vaidade e a indiferença.
        A vida na Terra é passageira e se destina ao burilamento do ser.
        O viver terreno propicia resgate de equívocos do pretérito e preparação para etapas sublimes do existir imortal.
        Em um mundo material e ainda bastante inferior, os entrechoques e as decepções são inevitáveis.
        Apenas uma fé viva na bondade Divina permite que o homem preserve seu coração livre de amargura.

        Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.