domingo, 26 de agosto de 2012

As quatro estações da vida


        Você já notou a perfeição que existe na natureza? Uma prova incontestável da harmonia que rege a Criação. Como num poema cósmico, Deus rima a vida humana com o ritmo dos Mundos.
        Ao nascermos, é a primavera que eclode em seus perfumes e cores. Tudo é festa. A pele é viçosa. Cabelos e olhos brilham, o sorriso é fácil. Tudo traduz esperança e alegria.
        Delicada primavera, como as crianças que encantam os nossos olhos com sua graça. Nessa época, tudo parece sorrir. Nenhuma preocupação perturba a alma.
        A juventude corresponde ao auge do verão. Estação de calor e beleza, abençoada pelas chuvas ocasionais. O sol aquece as almas, renovam-se as promessas.
        Os jovens acreditam que podem todas as coisas, que farão revoluções no Mundo, que corrigirão todos os erros.
        Trazem a alma aquecida pelo entusiasmo. São impetuosos, vibrantes. Seus impulsos fortes também podem ser passageiros... Como as tempestades de verão.
        Mas a vida corre célere. E um dia – que surpresa – a força do verão já se foi.
        Uma olhada ao espelho nos mostra rugas, os cabelos que começam a embranquecer, mas também aponta a mente trabalhada pela maturidade, a conquista de uma visão mais completa sobre a existência. É a chegada do outono.
        Nessa estação, a palavra é plenitude. Outono remete a uma época de reflexão e de profunda beleza. Suas paisagens inspiradoras - de folhas douradas e céus de cores incríveis – traduzem bem esse momento de nossa vida.
        No outono da existência já não há a ingenuidade infantil ou o ímpeto incontido da juventude, mas há sabedoria acumulada, experiência e muita disposição para viver cada momento, aproveitando cada segundo.
        Enfim, um dia chega o inverno. A mais inquietante das estações. Muitos temem o inverno, como temem a velhice. É que esquecem a beleza misteriosa das paisagens cobertas de neve.
        Época de recolhimento? Em parte. O inverno é também a época do compartilhamento de experiências.
        Quem disse que a velhice é triste? Ela pode ser calorosa e feliz, como uma noite de inverno diante da lareira, na companhia dos seres amados.
        Velhice também pode ser chocolate quente, sorrisos gentis, leitura sossegada, generosidade com filhos e netos. Basta que não se deixe que o frio enregele a alma.
        Felizes seremos nós se aproveitarmos a beleza de cada estação. Da primavera levarmos pela vida inteira a espontaneidade e a alegria.
        Do verão, a leveza e a força de vontade. Do outono, a reflexão. Do inverno, a experiência que se compartilha com os seres amados.
        A mensagem das estações em nossa vida vai além. Quando pensar com tristeza na velhice, afaste de imediato essa idéia.
        Lembre-se que após o inverno surge novamente a primavera. E tudo recomeça.
        Nós também recomeçaremos. Nossa trajetória não se resume ao fim do inverno. Há outras vidas, com novas estações. E todas iniciam pela primavera da idade.


        Após a morte, ressurgiremos em outros planos da vida. E seremos plenos, seremos belos. Basta para isso amar. Amar muito.        Amar as pessoas, as flores, os bichos, os Mundos que giram serenos. Amar, enfim, a Criação Divina. Amar tanto que a vida se transforme numa eterna primavera.

Redação do Momento Espírita.

AS DECEPÇÕES E A BONDADE DIVINA



        “A felicidade não é deste Mundo” constitui uma citação bastante cconhecida.         Ela corresponde a uma realidade, pois raramente no Mundo se conjuga tudo o que se acha necessário para alguém ser perfeitamente feliz.
        Saúde, mocidade, beleza e dinheiro entram nessa equação.
        Contudo, mesmo na presença de tais fatores objetivos, muitas vezes a criatura padece de tormentos íntimos.
        Vêem-se com freqüência seres aparentemente privilegiados a reclamar da vida.
        Consultórios de psicólogos e psiquiatras também são freqüentados por aqueles a quem se imaginaria felizes e saciados.
        Mas a ampla maioria dos seres humanos debate-se com inúmeros problemas.
        Nos mais variados planos da existência, os dramas se sucedem.
        Dificuldades financeiras, de relacionamento ou de saúde clamam por atenção.
        Perante as naturais decepções do Mundo, por vezes as criaturas se rebelam.
        Quando alcançadas por experiências dilacerantes, imaginam-se abandonadas por Deus.
        Esse modo de sentir revela uma compreensão muito restrita da vida.
        Ele até seria razoável, caso tudo se esgotasse em uma única existência material.
        Perante a vida que segue pujante além do túmulo, os problemas materiais diminuem de importância.
        Em face desse amplo contexto, dificuldades não são tragédias, mas simples desafios.
        Em cada homem reside um Anjo em perspectiva.
        Ele é brindado com as experiências necessárias para atingir o seu augusto potencial.
        As dores, por maiores que sejam, sempre passam.
        Mesmo uma enfermidade incurável tem o seu término.
        Após a morte do corpo físico, o Espírito prossegue sua jornada.
        Se conseguiu passar com dignidade pelo teste, ressurge mais forte e virtuoso.
        Caso tenha se permitido reclamações e revoltas, terá de refazer a lição.
        Convém ter isso em mente ao enfrentar as crises da vida.
        Deus é um Pai amoroso e bom.
        Ele não Se rejubila em torturar Suas criaturas.
        As dores do Mundo têm finalidades transcendentes.
        A maioria é providenciada pelos próprios homens, com suas paixões e equívocos.
        Todas elas constituem desafios.
        Ninguém deve acalentar o masoquismo e se rejubilar em sofrer.
        É preciso lutar para sair de todas as dificuldades e recuperar o bem-estar.
        Mas em face de situações inelutáveis, quando nada se pode fazer, é necessário pensar na bondade Divina.
        Ela não se revela apenas quando tudo parece estar sob um céu azul, nas mesas fartas e nos sorrisos radiantes.
        A bondade de Deus também se manifesta no sofrimento que torna o homem mais apto a compreender a dor do semelhante.
        Ela está presente nas situações constrangedoras que minam o orgulho, a vaidade e a indiferença.
        A vida na Terra é passageira e se destina ao burilamento do ser.
        O viver terreno propicia resgate de equívocos do pretérito e preparação para etapas sublimes do existir imortal.
        Em um mundo material e ainda bastante inferior, os entrechoques e as decepções são inevitáveis.
        Apenas uma fé viva na bondade Divina permite que o homem preserve seu coração livre de amargura.

        Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A melhor idade do amor


 
Sábado, dez horas e vinte e um minutos da manhã. Chuva insistente de outono.Um casal adentra uma panificadora para tomar café.
Dois cafés com leite e três pães de queijo, por favor.
Ela parece um pouco agitada. Não tira os olhos dele.Ele parece tranquilo, dessas pessoas que já conseguem viver num tempo um pouco mais lento do que o do relógio.
A diferença de idade é gritante. Não mais de quarenta, ela. Próximo aos oitenta, ele.
Ele olha para fora pela janela entreaberta.
Ela sorri, carinhosa.
Todos os seus filhos nasceram aqui nesta cidade?
Ele pensa um pouco... - Sim, todas elas... Três filhas.
E você? Onde nasceu?– Volta a inquirir a mulher.
Eu não sou daqui. Nasci no interior... Longe da cidade.
E o que você lembra de lá?
Ah... Muitas coisas... – Responde ele, com leve sorriso.
Então, silencia. Parece fazer algum esforço para recordar de algo especial, mas logo desiste. Volta a olhar para fora, procurando a chuva fina.
Sabe... Acho que tive uma vida feliz...
Ela permanece interessada. Um interesse de primeiro encontro. Observa os cabelos brancos dele, a tez um pouco castigada, os olhos azuis.
Respira fundo. Alguém poderia dizer que é o respirar de quem está apaixonado.
Você só casou uma vez? – Pergunta ela, com certo embaraço na voz.
Sim. Tereza. Mãe de minhas meninas. Que Deus a tenha.
Ela fica um pouco emocionada e constrangida, repentinamente. Esboça um sorriso para disfarçar. Olha para a mesa. Ainda resta um pão.
Pode comer. Já estou satisfeita.
Almoçamos juntos amanhã? – Pergunta ele, ansioso por ouvir um sim.
Sim... Claro que sim. É dia de almoçarmos juntos. Você sabe que gosto muito de estar com você, de ouvir suas histórias...
Estou um pouco esquecido hoje, eu acho. Contei pouco...
Não tem problema. – Diz ela, carinhosa. -Tem dias que a gente está com a memória mais fraca mesmo.
Doutor Maurício disse que é importante ficar puxando as coisas da memória sempre. Ele diz que é como um exercício físico que fazemos para não “enferrujar”. – Conclui ele.
É verdade... – Ela suspira. – Precisamos cuidar da memória...
Novamente um longo silêncio entre os dois.
Ele volta a vislumbrar o exterior, contemplativo.
Ela nota seu rosto em detalhes, ternamente.
Fecha os olhos, por um instante, como se fizesse uma breve oração, uma rogativa sincera a uma Força Maior.
Volta a abri-los, vagarosamente, e então pergunta:
Pai...Pai... Posso pedir a conta?
Ele acena positivamente. A conta chega. Ela se levanta primeiro, vai em direção a ele, envolve-o num abraço e o ajuda a levantar.
Aquela era a rotina de todo sábado, às dez horas e vinte e um minutos da manhã, nos últimos dez meses.
*   *   *
Foram nossos genitores que nos proporcionaram um corpo, abençoado instrumento de trabalho para o nosso progresso, bem como um lar.
Pensando em tudo isso, louve aos seus pais. Cuide deles, agora quando estão velhos, alquebrados, frágeis ou doentes.
Faça o possível para não os atirar nos tristes quartinhos dos fundos da casa, aonde ninguém vai. Não se furte à alegria de apresentá-los aos seus amigos e às suas visitas;
Ouça o que eles tenham a dizer. Quando estejam em condições para isso, leve-os para as refeições à mesa com você. Retribua, assim, uma parcela pequena do muito recebido por seus genitores anos atrás.

Redação do Momento Espírita com base no cap. 7, do livro Ações
corajosas para viver em paz, pelo Espírito Benedita da Silva,
psicografia de José Raul Teixeira, ed. Fráter
Disponível no cd Momento Espírita, v. 19, ed. Fep
Em 09.08.2012.

domingo, 19 de agosto de 2012

O homem e o tempo


 
No mundo moderno, parece que o tempo é um artigo de luxo.
São constantes as reclamações a respeito de sua falta.
Muitos se dizem atarefados em excesso.
Incontáveis afirmam que o tempo parece passar cada vez mais rápido.
Envoltos em inúmeros afazeres, sentem-se autênticos reféns da vida.
Essa dificuldade humana para bem administrar o tempo não constitui algo novo.
O Espírito Emmanuel, mentor de Francisco Cândido Xavier, já tratou dela.
Certa feita, ele afirmou que o tempo não passa pelo homem, mas que o homem, sim, passa pelo tempo.
A diferença pode parecer sutil, mas é muito importante.
Quando se está parado e algo passa, surge uma certa sensação de lerdeza ou imobilidade, pois não se consegue acompanhar o que vai adiante.
O fenômeno apresenta-se diferente quando é o homem que passa e segue em frente.
Segundo o dizer de Emmanuel, é justamente isso que ocorre em relação ao tempo.
O homem é que se movimenta e direciona o seu viver, ao longo do tempo que lhe é dado.
Sendo assim, ele é quem dita o ritmo de sua vida.
Essa imagem feliz procura desvincular o ser humano de um sentir deletério em relação ao fenômeno temporal.
Ela busca capacitá-lo para viver em plenitude o momento presente.
Sem remorsos pelo que já foi.
Se erros foram cometidos, é necessário corrigi-los, mas de nada adianta escravizar-se ao passado.
Também evita ansiedades pelo que ainda será.
O importante é fazer o melhor no tempo presente.
Desfrutá-lo, em suas inúmeras possibilidades.
Ter ciência de que cabe ao homem disciplinar o próprio viver.
A mídia por vezes trabalha contra isso.
Ela passa a impressão de que o relevante é comprar muitas coisas, frequentar certos locais, distrair-se até a exaustão.
Habitualmente se afirma que o tempo é de ouro, ou que tempo é dinheiro.
Dependendo do enfoque, as assertivas são verdadeiras.
É preciso mesmo dar destinação útil ao próprio tempo.
Mas de forma equilibrada, sem se converter em escravo de atividades que se multiplicam de modo desnecessário.
E também sem se permitir torturar pelo que já foi ou pelo que virá.
Desfrutar o momento que se vive.
Se é horário de trabalho, trabalhar com serenidade, sem se angustiar pelo que ocorre em outros ambientes.
Em casa, desfrutar em paz da companhia da família.
Em momentos de estudo, apenas estudar.
Para viver em paz em meio às tormentas do mundo, é preciso tornar-se senhor do próprio tempo.
Eleger o que merece dedicação em dado instante e fazê-lo com serenidade.
Como disse Jesus, o dia de amanhã cuidará de si mesmo.
Se o hoje for bem vivido e aproveitado, certamente o amanhã será pacífico.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita.
Em 07.12.2010.

Trabalho e oração

 
A oração constitui um valioso recurso à disposição dos homens.
Mediante ela, consegue-se acesso a faixas superiores da vida.
O homem que ora com fervor se previne de muitos males.
Ao se ligar com esferas espirituais pacíficas e felizes, gradualmente se ajusta com os ideais que nelas imperam.
Entretanto, a oração não constitui um mecanismo de transferência das próprias responsabilidades.
Muitas vezes se espera do céu uma solução decisiva para inúmeros problemas da existência humana.
Trata-se de uma viciação mental, mediante a qual a criatura busca se furtar ao esforço que lhe cabe em sua jornada terrena.
Para que isso fique claro, basta lembrar o exemplo de Jesus.
Ele representa a Misericórdia Divina no planeta.
Mas, enquanto na carne, não livrou ninguém de cuidar dos próprios interesses.
Auxiliou doentes e aflitos, sem retirá-los das questões fundamentais que lhes diziam respeito.
Zaqueu, o rico prestigiado pela visita que lhe foi feita, sentiu-se constrangido a modificar a sua conduta.
Maria de Magdala recebeu carinhosa atenção.
Contudo, não ficou livre do dever de sustentar-se no árduo combate da renovação interior.
Lázaro, reerguido das trevas do sepulcro, nem por isso deixou de mais tarde ter de aceitar o desafio da morte física.
Paulo de Tarso foi distinguido por um apelo pessoal às portas de Damasco.
No entanto, a seguir se lançou em uma vida de sacrifícios para cumprir o papel que lhe cabia no mundo.
Nessa linha, é totalmente ilógico acreditar que basta orar para que todos os problemas se resolvam.
A oração é preciosa, mas representa apenas o começo da solução.
Mediante ela, o homem se fortifica e esclarece.
A partir daí, forte e lúcido, deve fazer a sua parte.
Assim, ore, pois isso é mesmo importante.
Mas, na sequência, trabalhe firme para atingir seus objetivos.
Se deseja um emprego melhor, estude e se aprimore.
Desenvolva seus talentos, eduque-se para poder aproveitar as oportunidades que surgirem em sua vida.
Se quer saúde, modifique seu estilo de vida.
Modere seus apetites, exercite-se, acalme-se.
Caso almeje amigos dignos e confiáveis, faça por onde atrair pessoas boas para sua vida.
Discipline-se para manter uma conversação sadia, seja educado e atencioso, comporte-se com nobreza.
Na hipótese de sonhar com um ambiente familiar equilibrado, comece a construí-lo.
Aprenda a perdoar, ouça seus familiares com atenção, respeite o espaço e as opiniões deles.
Esse método talvez não pareça sedutor à primeira vista.
Afinal, pressupõe esforço e disciplina.
Entretanto, ele seguramente dá resultados.
Todo esforço digno, por mínimo que seja, invariavelmente recebe da vida a melhor resposta.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. XVIII do livro
Nos domínios da mediunidade, pelo Espírito André Luiz,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
Em 15.03.2012.

domingo, 12 de agosto de 2012

Executivo e pai


 
Ser um executivo de sucesso e pai, ao mesmo tempo, parece impossível.
A empresa exige excessiva dedicação e há executivos que chegam a passar cento e oitenta dias por ano entre aeroportos, táxis e hotéis.
Estudos feitos na Califórnia indicam que um pai típico da década de sessenta costumava passar quarenta e cinco minutos por dia com os filhos. Três décadas depois, esse tempo foi reduzido para seis minutos.
O empresário americano, Tom Hirschfeld, de trinta e seis anos, afirma, no entanto, que é possível ser um ótimo executivo e um ótimo pai.
Com dois filhos, de cinco e dois anos, diz que um pai que consegue driblar as manhas e vontades de um filho de cinco anos, por exemplo, tem todas as condições para tirar de letra quaisquer problemas com um funcionário talentoso, mas complicado.
Homens de negócios, bons empresários, diz ele, podem ser ótimos pais. Assim, aconselha: Conheça seu filho. Descubra os gostos dele, seus amigos e inimigos. Gaste algumas horas com ele.
Faça com que seu filho tenha confiança em você. Marque presença. Administre sua agenda e esteja presente nos momentos importantes da vida dele.
Saiba quando e a quem delegar a sua substituição. Assim, não deixe a babá levar o seu filho para a cama só porque você quer assistir o segundo tempo do futebol na TV. Aproveite e esteja com ele.
Faça a oração da noite e se enterneça com as rogativas dele a Deus, que vão do papai e mamãe ao gatinho doente da prima.
Supervisione a escovação dos dentes, a troca do pijama e descubra como ele está crescendo, vencendo suas barreiras.
Resista à tentação de deixar seu filho aos cuidados da televisão ou do computador. Nada é tão importante como a presença, o toque, a palavra.
Não há necessidade de estar cem por cento do tempo com os filhos, mas aprenda a reservar um bom tempo para a família.
O restante é seu, não importando o que você faça com ele.
E não se esqueça que é preciso ter disciplina, pois a melhor forma de ensinar ainda é o exemplo. E o melhor caminho é o diálogo.
*   *   *
No trato com os filhos, seja sempre imparcial, a fim de não incorrer em injustiças.
Mas não confunda justiça com igualdade. Cada filho, por sua personalidade única, deve ser tratado de forma diferente.
Dose, portanto, sua energia com uns e outros.
Com certeza, a tarefa não é fácil. Contudo, você tem um aliado invencível: Deus, nosso Pai, que sempre está ao seu lado e lhe responderá às indagações que Lhe dirigir pela prece sincera.
Redação do Momento Espírita, com base no artigo Não basta
ser executivo... Tem que ser pai, de Alexandre Alfredo, da revista
Exame, de 11 de agosto de 1999.
1.8.2012.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O óbvio




Certa vez, um amigo abordou o médium Chico Xavier e lhe perguntou:
Chico, na sua opinião, qual é o homem mais rico?
Para mim, respondeu ele, o homem mais rico é o que tenha menos necessidades.
Arriscando nova pergunta, o companheiro quis saber:
E o homem mais justo e sábio?
Com o fraterno sorriso de sempre, ele voltou a responder:
O homem mais justo e sábio é o que cumpre com o dever.
Mas– voltou a insistir o homem, certamente querendo uma resposta ou revelação diferente – o que você está me dizendo é o óbvio!
Sem parar o que estava fazendo e, com a espontaneidade de sempre, Chico terminou dizendo:
Meu filho, tudo que está no Evangelho é o óbvio!
Não existem segredos nem mistérios para a salvação da alma. Nada mais óbvio que a verdade!
O nosso problema é justamente este: queremos alcançar o céu, vivendo fora do óbvio na Terra!
*   *   *
A palavra óbvio vem do latim obvius e significa tudo aquilo que é evidente, à vista, lugar-comum.
Ela é formada de ob, que representa à frente; e de via, que significa caminho.
Assim, ela indica aquilo que está à nossa frente, sem ser segredo ou estar escondido, o que salta à vista.
O querido médium da paz, na sua humildade de sempre, mostrou excelsa sabedoria ao apontar uma característica humana dos dias atuais: a de complicar o que é extremamente simples.
Assim criamos fórmulas, palavras mágicas, receitas e esquemas mil, para entender o que sempre esteve tão claro nas palavras do Evangelho.
Por vezes, parece que a fuga do óbvio é fuga da responsabilidade.
Responsabilidade de quem já sabe o que deve fazer, de quem já tem o conhecimento, mas deixa a ação, a mudança, a renovação sempre para amanhã.
Por que relutamos tanto em entender o óbvio? Será entendimento o que falta? Acreditamos que não. Nossa geração já tem entendimento e inteligência suficientes.
O que falta é o movimento interior da mudança, de deixar as paixões negativas para trás.
Viver de acordo com as lições de um mestre, como Jesus, não é ser fanático religioso, extremista e cego. Não, de forma alguma. O verdadeiro cristão é discreto, porém atuante e firme nas ações.
Não enxerguemos Jesus como um santo, inatingível, que serve apenas para ser adorado. Já passamos desse tempo.
Hoje é tempo de vê-lO como um exemplo, um referencial, num mundo onde as referências são tão pueris.
A lição do Evangelho é o óbvio. O óbvio tão necessário para acalmar nossas almas angustiadas com as incertezas do mundo.
É via segura à nossa frente, conduzindo à tão sonhada felicidade.

Redação do Momento Espírita
25.01.2012.


Pregações


A modernidade é rica de meios para que as pessoas externem seus pensamentos.
Mediante os recursos da internet, muitas cotidianamente partilham com o mundo o seu modo de ver a vida.
Em blogs, redes sociais, colunas virtuais e vídeos, democratizou-se e ampliou-se a exposição pessoal.
Nesse ambiente, são constantes as críticas ao comportamento alheio.
Também são habituais as frases de efeito postas para circular.
Pensamentos de grandes vultos são relembrados e frisados.
Tudo isso tem um grande potencial renovador.
Mas para que seja mesmo positivo, convém refletir sobre uma passagem do Evangelho.
Nela, Jesus convida seus discípulos para irem juntos às aldeias vizinhas, para que Ele ali também pregasse.
E afirma que foi para a atividade de pregação que veio ao mundo.
É interessante pensar a respeito do significado do conceito de pregação.
Ele tem sido deturpado com frequência, para justificar muita falação inconsequente.
Por certo, Jesus incluía no ato de pregar todos os gestos sacrificiais de sua vida.
Ele não só falava, mas também exemplificava.
Geralmente, vemos na Terra a missão de ensinar muito desmoralizada.
A ciência oficial dispõe de cátedras.
A política possui tribunas.
A religião fala de púlpitos.
Contudo, os que ensinam, com exceções louváveis, quase sempre se caracterizam por dois modos diferentes de agir.
Exibem certas atitudes quando pregam, mas adotam outras quando em atividade diária.
Disso resulta uma grave perturbação geral.
Afinal, os ouvintes também se sentem à vontade para mudar a roupa do caráter.
Em situação semelhante se encontram muitos dos que bradam contra o mal por meio da internet.
Eles reclamam da desonestidade alheia.
Apontam que alguém deveria tomar providências ou adotar medidas para salvar o semelhante.
Mas raramente se dispõem a fazer algo de efetivo para que o mundo se torne melhor.
Também por vezes quem reclama do governo ou dos políticos segue sem cumprir os seus deveres.
Não trata de bem educar seus filhos.
Não dá a devida atenção a seu cônjuge, não cuida de seus pais velhos ou enfermos.
Ou sonega tributos, procura levar vantagem quando a oportunidade aparece.
É uma grave incoerência apontar o erro no comportamento dos outros e não cumprir os próprios deveres com retidão.
Toda dissertação moldada no bem é útil.
Jesus veio ao mundo para isso.
Pregou a verdade em todos os lugares, fez discursos de renovação, comentou a necessidade do amor para a solução dos problemas.
No entanto, misturou palavras e testemunhos vivos, desde a primeira palavra de Seu apostolado até a cruz.
Por pregação, portanto, Jesus entendia igualmente os sacrifícios da vida.
Seu despojamento no Calvário é a prova viva disso.
Pense a respeito.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 38 do
livro
Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.

Em 27.07.2012.