domingo, 19 de agosto de 2012

O homem e o tempo


 
No mundo moderno, parece que o tempo é um artigo de luxo.
São constantes as reclamações a respeito de sua falta.
Muitos se dizem atarefados em excesso.
Incontáveis afirmam que o tempo parece passar cada vez mais rápido.
Envoltos em inúmeros afazeres, sentem-se autênticos reféns da vida.
Essa dificuldade humana para bem administrar o tempo não constitui algo novo.
O Espírito Emmanuel, mentor de Francisco Cândido Xavier, já tratou dela.
Certa feita, ele afirmou que o tempo não passa pelo homem, mas que o homem, sim, passa pelo tempo.
A diferença pode parecer sutil, mas é muito importante.
Quando se está parado e algo passa, surge uma certa sensação de lerdeza ou imobilidade, pois não se consegue acompanhar o que vai adiante.
O fenômeno apresenta-se diferente quando é o homem que passa e segue em frente.
Segundo o dizer de Emmanuel, é justamente isso que ocorre em relação ao tempo.
O homem é que se movimenta e direciona o seu viver, ao longo do tempo que lhe é dado.
Sendo assim, ele é quem dita o ritmo de sua vida.
Essa imagem feliz procura desvincular o ser humano de um sentir deletério em relação ao fenômeno temporal.
Ela busca capacitá-lo para viver em plenitude o momento presente.
Sem remorsos pelo que já foi.
Se erros foram cometidos, é necessário corrigi-los, mas de nada adianta escravizar-se ao passado.
Também evita ansiedades pelo que ainda será.
O importante é fazer o melhor no tempo presente.
Desfrutá-lo, em suas inúmeras possibilidades.
Ter ciência de que cabe ao homem disciplinar o próprio viver.
A mídia por vezes trabalha contra isso.
Ela passa a impressão de que o relevante é comprar muitas coisas, frequentar certos locais, distrair-se até a exaustão.
Habitualmente se afirma que o tempo é de ouro, ou que tempo é dinheiro.
Dependendo do enfoque, as assertivas são verdadeiras.
É preciso mesmo dar destinação útil ao próprio tempo.
Mas de forma equilibrada, sem se converter em escravo de atividades que se multiplicam de modo desnecessário.
E também sem se permitir torturar pelo que já foi ou pelo que virá.
Desfrutar o momento que se vive.
Se é horário de trabalho, trabalhar com serenidade, sem se angustiar pelo que ocorre em outros ambientes.
Em casa, desfrutar em paz da companhia da família.
Em momentos de estudo, apenas estudar.
Para viver em paz em meio às tormentas do mundo, é preciso tornar-se senhor do próprio tempo.
Eleger o que merece dedicação em dado instante e fazê-lo com serenidade.
Como disse Jesus, o dia de amanhã cuidará de si mesmo.
Se o hoje for bem vivido e aproveitado, certamente o amanhã será pacífico.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita.
Em 07.12.2010.

Trabalho e oração

 
A oração constitui um valioso recurso à disposição dos homens.
Mediante ela, consegue-se acesso a faixas superiores da vida.
O homem que ora com fervor se previne de muitos males.
Ao se ligar com esferas espirituais pacíficas e felizes, gradualmente se ajusta com os ideais que nelas imperam.
Entretanto, a oração não constitui um mecanismo de transferência das próprias responsabilidades.
Muitas vezes se espera do céu uma solução decisiva para inúmeros problemas da existência humana.
Trata-se de uma viciação mental, mediante a qual a criatura busca se furtar ao esforço que lhe cabe em sua jornada terrena.
Para que isso fique claro, basta lembrar o exemplo de Jesus.
Ele representa a Misericórdia Divina no planeta.
Mas, enquanto na carne, não livrou ninguém de cuidar dos próprios interesses.
Auxiliou doentes e aflitos, sem retirá-los das questões fundamentais que lhes diziam respeito.
Zaqueu, o rico prestigiado pela visita que lhe foi feita, sentiu-se constrangido a modificar a sua conduta.
Maria de Magdala recebeu carinhosa atenção.
Contudo, não ficou livre do dever de sustentar-se no árduo combate da renovação interior.
Lázaro, reerguido das trevas do sepulcro, nem por isso deixou de mais tarde ter de aceitar o desafio da morte física.
Paulo de Tarso foi distinguido por um apelo pessoal às portas de Damasco.
No entanto, a seguir se lançou em uma vida de sacrifícios para cumprir o papel que lhe cabia no mundo.
Nessa linha, é totalmente ilógico acreditar que basta orar para que todos os problemas se resolvam.
A oração é preciosa, mas representa apenas o começo da solução.
Mediante ela, o homem se fortifica e esclarece.
A partir daí, forte e lúcido, deve fazer a sua parte.
Assim, ore, pois isso é mesmo importante.
Mas, na sequência, trabalhe firme para atingir seus objetivos.
Se deseja um emprego melhor, estude e se aprimore.
Desenvolva seus talentos, eduque-se para poder aproveitar as oportunidades que surgirem em sua vida.
Se quer saúde, modifique seu estilo de vida.
Modere seus apetites, exercite-se, acalme-se.
Caso almeje amigos dignos e confiáveis, faça por onde atrair pessoas boas para sua vida.
Discipline-se para manter uma conversação sadia, seja educado e atencioso, comporte-se com nobreza.
Na hipótese de sonhar com um ambiente familiar equilibrado, comece a construí-lo.
Aprenda a perdoar, ouça seus familiares com atenção, respeite o espaço e as opiniões deles.
Esse método talvez não pareça sedutor à primeira vista.
Afinal, pressupõe esforço e disciplina.
Entretanto, ele seguramente dá resultados.
Todo esforço digno, por mínimo que seja, invariavelmente recebe da vida a melhor resposta.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. XVIII do livro
Nos domínios da mediunidade, pelo Espírito André Luiz,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
Em 15.03.2012.

domingo, 12 de agosto de 2012

Executivo e pai


 
Ser um executivo de sucesso e pai, ao mesmo tempo, parece impossível.
A empresa exige excessiva dedicação e há executivos que chegam a passar cento e oitenta dias por ano entre aeroportos, táxis e hotéis.
Estudos feitos na Califórnia indicam que um pai típico da década de sessenta costumava passar quarenta e cinco minutos por dia com os filhos. Três décadas depois, esse tempo foi reduzido para seis minutos.
O empresário americano, Tom Hirschfeld, de trinta e seis anos, afirma, no entanto, que é possível ser um ótimo executivo e um ótimo pai.
Com dois filhos, de cinco e dois anos, diz que um pai que consegue driblar as manhas e vontades de um filho de cinco anos, por exemplo, tem todas as condições para tirar de letra quaisquer problemas com um funcionário talentoso, mas complicado.
Homens de negócios, bons empresários, diz ele, podem ser ótimos pais. Assim, aconselha: Conheça seu filho. Descubra os gostos dele, seus amigos e inimigos. Gaste algumas horas com ele.
Faça com que seu filho tenha confiança em você. Marque presença. Administre sua agenda e esteja presente nos momentos importantes da vida dele.
Saiba quando e a quem delegar a sua substituição. Assim, não deixe a babá levar o seu filho para a cama só porque você quer assistir o segundo tempo do futebol na TV. Aproveite e esteja com ele.
Faça a oração da noite e se enterneça com as rogativas dele a Deus, que vão do papai e mamãe ao gatinho doente da prima.
Supervisione a escovação dos dentes, a troca do pijama e descubra como ele está crescendo, vencendo suas barreiras.
Resista à tentação de deixar seu filho aos cuidados da televisão ou do computador. Nada é tão importante como a presença, o toque, a palavra.
Não há necessidade de estar cem por cento do tempo com os filhos, mas aprenda a reservar um bom tempo para a família.
O restante é seu, não importando o que você faça com ele.
E não se esqueça que é preciso ter disciplina, pois a melhor forma de ensinar ainda é o exemplo. E o melhor caminho é o diálogo.
*   *   *
No trato com os filhos, seja sempre imparcial, a fim de não incorrer em injustiças.
Mas não confunda justiça com igualdade. Cada filho, por sua personalidade única, deve ser tratado de forma diferente.
Dose, portanto, sua energia com uns e outros.
Com certeza, a tarefa não é fácil. Contudo, você tem um aliado invencível: Deus, nosso Pai, que sempre está ao seu lado e lhe responderá às indagações que Lhe dirigir pela prece sincera.
Redação do Momento Espírita, com base no artigo Não basta
ser executivo... Tem que ser pai, de Alexandre Alfredo, da revista
Exame, de 11 de agosto de 1999.
1.8.2012.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O óbvio




Certa vez, um amigo abordou o médium Chico Xavier e lhe perguntou:
Chico, na sua opinião, qual é o homem mais rico?
Para mim, respondeu ele, o homem mais rico é o que tenha menos necessidades.
Arriscando nova pergunta, o companheiro quis saber:
E o homem mais justo e sábio?
Com o fraterno sorriso de sempre, ele voltou a responder:
O homem mais justo e sábio é o que cumpre com o dever.
Mas– voltou a insistir o homem, certamente querendo uma resposta ou revelação diferente – o que você está me dizendo é o óbvio!
Sem parar o que estava fazendo e, com a espontaneidade de sempre, Chico terminou dizendo:
Meu filho, tudo que está no Evangelho é o óbvio!
Não existem segredos nem mistérios para a salvação da alma. Nada mais óbvio que a verdade!
O nosso problema é justamente este: queremos alcançar o céu, vivendo fora do óbvio na Terra!
*   *   *
A palavra óbvio vem do latim obvius e significa tudo aquilo que é evidente, à vista, lugar-comum.
Ela é formada de ob, que representa à frente; e de via, que significa caminho.
Assim, ela indica aquilo que está à nossa frente, sem ser segredo ou estar escondido, o que salta à vista.
O querido médium da paz, na sua humildade de sempre, mostrou excelsa sabedoria ao apontar uma característica humana dos dias atuais: a de complicar o que é extremamente simples.
Assim criamos fórmulas, palavras mágicas, receitas e esquemas mil, para entender o que sempre esteve tão claro nas palavras do Evangelho.
Por vezes, parece que a fuga do óbvio é fuga da responsabilidade.
Responsabilidade de quem já sabe o que deve fazer, de quem já tem o conhecimento, mas deixa a ação, a mudança, a renovação sempre para amanhã.
Por que relutamos tanto em entender o óbvio? Será entendimento o que falta? Acreditamos que não. Nossa geração já tem entendimento e inteligência suficientes.
O que falta é o movimento interior da mudança, de deixar as paixões negativas para trás.
Viver de acordo com as lições de um mestre, como Jesus, não é ser fanático religioso, extremista e cego. Não, de forma alguma. O verdadeiro cristão é discreto, porém atuante e firme nas ações.
Não enxerguemos Jesus como um santo, inatingível, que serve apenas para ser adorado. Já passamos desse tempo.
Hoje é tempo de vê-lO como um exemplo, um referencial, num mundo onde as referências são tão pueris.
A lição do Evangelho é o óbvio. O óbvio tão necessário para acalmar nossas almas angustiadas com as incertezas do mundo.
É via segura à nossa frente, conduzindo à tão sonhada felicidade.

Redação do Momento Espírita
25.01.2012.


Pregações


A modernidade é rica de meios para que as pessoas externem seus pensamentos.
Mediante os recursos da internet, muitas cotidianamente partilham com o mundo o seu modo de ver a vida.
Em blogs, redes sociais, colunas virtuais e vídeos, democratizou-se e ampliou-se a exposição pessoal.
Nesse ambiente, são constantes as críticas ao comportamento alheio.
Também são habituais as frases de efeito postas para circular.
Pensamentos de grandes vultos são relembrados e frisados.
Tudo isso tem um grande potencial renovador.
Mas para que seja mesmo positivo, convém refletir sobre uma passagem do Evangelho.
Nela, Jesus convida seus discípulos para irem juntos às aldeias vizinhas, para que Ele ali também pregasse.
E afirma que foi para a atividade de pregação que veio ao mundo.
É interessante pensar a respeito do significado do conceito de pregação.
Ele tem sido deturpado com frequência, para justificar muita falação inconsequente.
Por certo, Jesus incluía no ato de pregar todos os gestos sacrificiais de sua vida.
Ele não só falava, mas também exemplificava.
Geralmente, vemos na Terra a missão de ensinar muito desmoralizada.
A ciência oficial dispõe de cátedras.
A política possui tribunas.
A religião fala de púlpitos.
Contudo, os que ensinam, com exceções louváveis, quase sempre se caracterizam por dois modos diferentes de agir.
Exibem certas atitudes quando pregam, mas adotam outras quando em atividade diária.
Disso resulta uma grave perturbação geral.
Afinal, os ouvintes também se sentem à vontade para mudar a roupa do caráter.
Em situação semelhante se encontram muitos dos que bradam contra o mal por meio da internet.
Eles reclamam da desonestidade alheia.
Apontam que alguém deveria tomar providências ou adotar medidas para salvar o semelhante.
Mas raramente se dispõem a fazer algo de efetivo para que o mundo se torne melhor.
Também por vezes quem reclama do governo ou dos políticos segue sem cumprir os seus deveres.
Não trata de bem educar seus filhos.
Não dá a devida atenção a seu cônjuge, não cuida de seus pais velhos ou enfermos.
Ou sonega tributos, procura levar vantagem quando a oportunidade aparece.
É uma grave incoerência apontar o erro no comportamento dos outros e não cumprir os próprios deveres com retidão.
Toda dissertação moldada no bem é útil.
Jesus veio ao mundo para isso.
Pregou a verdade em todos os lugares, fez discursos de renovação, comentou a necessidade do amor para a solução dos problemas.
No entanto, misturou palavras e testemunhos vivos, desde a primeira palavra de Seu apostolado até a cruz.
Por pregação, portanto, Jesus entendia igualmente os sacrifícios da vida.
Seu despojamento no Calvário é a prova viva disso.
Pense a respeito.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 38 do
livro
Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.

Em 27.07.2012.

O rio



O rio corre em direção ao mar. Durante o seu percurso, ele ganha velocidade, até o momento em que se defronta com algumas curvas, que o fazem diminuir o ímpeto de encontrar o grande oceano.

Quando passa por esses obstáculos da natureza, encontra pedras grandes em seu leito, que lhe rasgam a superfície e lhe modificam o curso e o ritmo natural.

Assim, entre barreiras e percalços, ele segue a sua trajetória com uma só certeza: a de que encontrará o mar, ganhando a liberdade e alegria almejadas.

A vida de todos nós se assemelha ao curso de um rio.

Estamos constantemente traçando planos, buscando um oceano de sonhos e realizações, seja no âmbito pessoal ou profissional.

Inúmeras vezes deparamo-nos com obstáculos que nos impedem de seguir adiante da forma inicialmente planejada.

É o momento em que a vida nos mostra que precisamos trabalhar, em nós mesmos, inúmeras virtudes, entre elas a fé, a resignação e a paciência.

Manter viva a crença de que somos capazes de alcançar nossos objetivos, apesar de todas as curvas e pedras que encontrarmos no caminho, torna-nos fortes o suficiente para continuar adiante.

Não há fronteiras para quem sabe o que deseja e possua a persistência para buscar.

Se os desvios na trajetória nos trazem dor e tristeza, acreditemos que, mais adiante, a tão almejada felicidade será alcançada.

Não nos apeguemos a essas dores passageiras. Entendamos que elas fazem parte da caminhada, rumo ao objetivo final.

Assim como as pedras modificam o curso e a velocidade dos rios, pode ser que os percalços do caminho nos deixem cicatrizes e nos façam esperar mais tempo para alcançar nossos mais profundos sonhos.

Mas, quando exercitamos a paciência e carregamos a certeza de que as metas finais serão alcançadas, essas cicatrizes deixam de ter importância. Apenas contarão uma história.

A porta da real felicidade exige sacrifícios. São justamente essas lutas que conduzirão a alma à imensa ventura.

Para atravessarmos essa porta, basta que mantenhamos firme a vontade e que não enfraqueçamos diante das lutas, confiando que estamos amparados pelo amor Divino.

Jesus nos propôs coragem e bom ânimo diante de tudo o que sofrêssemos. O desalento e o desânimo perante os momentos críticos indicam inclinação à derrota.
*  *  *

À frente de toda dificuldade que nos apareça, trabalhemos no sentido de superá-la com alegria.

Diante de toda dor que nos alcance, realizemos o nosso esforço de modo a suplantá-la, mantendo a chama da esperança de tempos melhores adiante.

Se tivermos que sofrer e chorar, o façamos confiantes de que        Deus vela e que mais dia menos dia, nossos dramas serão resolvidos, se perseverarmos na ação feliz do bem até o fim.

Sem dúvida, Jesus é aquele que nos veio ensinar a extrair o lado bom e útil de todo sofrimento que nos seja imposto.

Redação do Momento Espírita, com base no cap.29, do livro Quem é o Cristo,
pelo Espírito Francisco de Paula Vítor, psicografia de J. Raul Teixeira, ed. Fráter.

Em 23.07.2012.


quarta-feira, 25 de julho de 2012

Milagre dos bebês


 
Você já parou para analisar o quanto são interessantes os bebês?
É fascinante perceber como o Criador nos faz voltar ao palco terrestre para uma nova encarnação.
O Espírito velho é revestido por uma embalagem nova, delicada, simpática, que derrete corações e arranca sorrisos em todos os lugaresaonde vai.
Os bebês proporcionam, primeiramente aos pais, uma experiência sem igual.
Esse contato com um serfrágil, que inspira cuidados e atenção constante, desenvolve na alma paterna e materna alguns sentidos, uma espécie de sensibilidade nova, que antes não possuíam.
Tentar entender um ser que não fala, que não gesticula e que se expressa de maneiras nada convencionais, é um grande desafio.
Exige que se desenvolva a habilidade da empatia. Exige que se coloque no lugar do outro, que se esqueça um pouco das suas próprias necessidades, e pense nas do bebê em primeiro lugar.
Isso por si só já opera milagres em muitas famílias, pois é uma mudança de vida significativa.
E os pais que não se deixam levar por essas mudanças saudáveis, que não se entregam de corpo e alma a essa experiência, acabam perdendo uma das mais maravilhosas oportunidades da existência.
O milagre dos bebês é o convite de enxergar a vida de outra forma.
Percebem-se mudanças até no convívio social, nas comunidades onde vemos muitos bebês.
Os adultos se relacionam melhor, conversando entre si sobre suas experiências. Passam dicas, dividem preocupações, mas sempre entre sorrisos simpáticos e elogios aos pequenospetizes.
A família tem motivos a mais para se reunir, por vezes esquecendo pequenas querelas, implicâncias e atritos mais sérios, pois o assunto principal passa a ser o nenezinho.
Resumidamente: é uma fase muito importante para a vida de todos. Tanto para os progenitores, familiares, como para o Espírito que volta à Terra.
*   *   *
Se você é pai ou mãe, aproveite bem cada instante. Curta a fase, mergulhe nesse mundo novode cabeça e sem medo.
Evitemos ter que dizer, algum dia, a triste e preocupante sentença: Meus filhos cresceram e nem percebi!
As crianças são os seres que Deus manda a novas existências. Para que não lhe possam imputar excessiva severidade, dá-lhes Ele todos os aspectos da inocência.
Não foi, todavia, por elas somente que Deus lhes deu esse aspecto de inocência; foi também e sobretudo por seus pais, de cujo amor necessita a fraqueza que as caracteriza.
Esse amor se enfraqueceria grandemente à vista de um caráter áspero e intratável, ao passo que, julgando seus filhos bons e dóceis, os pais lhes dedicam toda a afeição e os cercam dos mais minuciosos cuidados.
Esta é mais uma faceta da sabedoria Divina, que nos mostra que os mecanismos da natureza são inteligentes e bons.
Tudo existe para que possamos crescer. Tudo funciona, no Universo, buscando a harmonia.

Redação do Momento Espírita, com reprodução de parágrafos do item
385, de
O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb.
Em 20.07.2012.
 

Errata

Errata é uma ferramenta valiosa para compensar algum escorregão que passou pelo processo de impressão.
Podemos encontrar essas correções tipográficas em livros, manuais ou outras publicações.
Geralmente a errata é impressa nas páginas finais da obra ou em folha separada.
Tais correções e outras que venham a ser descobertas serão incorporadas à obra numa edição posterior, à qual se costuma incluir o subtítulo: edição revista e corrigida.
Pensando em nossa vida, nos indagamos se não seria interessante que pudéssemos fazer algumas erratas.
Quando falamos algo de forma indevida, indelicada, como apreciaríamos poder apontar: onde se ouviu de tal forma, por favor, entenda-se dessa outra.
Quando um amigo nos vem relatar suas dores e, atarefados em demasia, não lhe damos maior atenção, como seria importante se pudéssemos estabelecer a errata:
Desconsidere o momento em que fui desatencioso com você e, por gentileza, considere que eu me importo com o que lhe acontece. Posso visitá-lo?
Algumas pessoas dizem que na vida as coisas não acontecem assim, que não dá para ficar elaborando errata a cada falha cometida.
Elas têm razão, pois algumas das nossas falhas somente as percebemos quando é tarde demais, quando não se pode mais fazer o ajuste.
Recordamos daquele pai que fica imerso em negócios e mais negócios, sem tempo para seus filhos.
Quando a filha o convida para ensaiar uns passos de dança, no parque, ele se esquiva, com a desculpa de que é ridículo o que ela propõe.
Ela é uma criança, cheia de fantasia. Para ela, o parque é um salão de festas, a música que toca no aparelho de cd é uma grande orquestra.
E ela dança só, enquanto o pai simplesmente lhe observa a graciosidade dos movimentos de menina.
Mas, depois, quando ela adoece e parte para a outra vida, de forma rápida, ele recorda que poderia tê-la tido nos braços mais tempo, que poderia ter brincado mais, ter-lhe dado mais atenção.
Como ele apreciaria poder fazer a errata: Naquele dia, quando eu disse que não queria dançar, entenda que eu era um tolo e desejo muito dançar com você.
Bem disse alguém que as lágrimas mais doloridas derramadas sobre os túmulos são as lágrimas do remorso.
Remorso de não ter estado mais presente, de não ter atendido pequenas coisas, de não ter abraçado mais, beijado mais.
Remorso de não ter demonstrado seu amor com todo vigor, sem peias, sem tolos pudores.
*   *   *
Errata – ferramenta valiosa, mas não disponível em todos os lances da nossa vida.
Com certeza, teremos possibilidade de pedir perdão, de solicitar desculpas, de reparar faltas cometidas. Mas, nem todas.
Por vezes, a pessoa já se foi, o tempo é outro, a distância se faz imensa.
Por tudo isso, invistamos na vida, no amor, nos relacionamentos.
Não aguardemos que o tempo se escoe e que a errata somente possa ser feita, em nova impressão, ou seja, em uma nova reencarnação, como uma obra reeditada, revista e corrigida.
Ajamos já.
Redação do Momento Espírita.
Em 18.07.2012.