sábado, 7 de julho de 2012

Eu, melhor


 
Qual foi a experiência de vida que transformou você em alguém melhor?
Esta foi a pergunta feita pela redação de uma revista de circulação nacional, aos seus leitores.
A questão gerou uma matéria muito inspirada, intitulada Eu, melhor, apresentando diversos relatos de pessoas e acontecimentos que as transformaram.
Encontros, desencontros, doenças, surpresas. Diversos tipos de experiências foram narradas e, ao finalde cada relato havia uma pessoa agradecida e melhor.
Uma delas, ainda muito jovem, lembra o dia em que o pai recebeu o diagnóstico de câncer e veio contar à família.
Pediu que não ficassem tristes pois, caso não conseguisse a cura, aproveitaria mesmo assim a oportunidade para se transformar em alguém melhor.
O homem buscou perdão e reconciliação com familiares. Um dia, ao ouvir de alguém a expressão doença maldita, rebateu dizendo: Para mim, ela é bendita!
Dois meses depois ele morreu. A filha, emocionada, afirma que não só ele se transformou em alguém melhor, mas mudou para melhor a vida de todos ao seu redor.
Seu exemplo é lembrado até hoje e sua conduta sempre será referência para aquele núcleo familiar.
*   *   *
A vida tem costume de surpreender. De repente, aparece alguém que, com um gesto, abre nossos olhos. Ou um acidente no percurso, apontando para novas direções.
Às vezes, é uma viagem ou um encontro programado que segue rumos inesperados e nos transforma.
É a soma de eventos assim, belos e gratuitos, que nos faz melhores, mais fortes, mais maduros.
Pode ser uma soneca no ônibus, um encontro com um desconhecido, um raio que clareia tudo ou a proximidade da morte.
O que importa é olhar para essas experiências e reconhecer que elas nos ensinaram e, do seu jeito, nos fizeram mais felizes.
Sem pedir nada em troca, são pequenas graças plantadas no cotidiano. Como se fossem sinais, apontando para lugares onde podemos ser mais leves e alegres.
Então, quando olhamos para trás e enxergamos o caminho percorrido, só nos resta agradecer, do fundo do coração, à vida, que nos faz uma versão melhor de nós mesmos.
*   *   *
Todas as forças da natureza nos impulsionam para frente, rumo ao progresso inevitável. Progresso da alma, que vai se tornando mais sensível, mais amorosa, mais madura.
Progresso também da mente, mais esclarecida, com capacidade de tomar decisões com mais segurança.
Aproveite esses momentos de reflexão, onde você estiver, para lembrar que experiências fizeram de você alguém melhor, e se você soube ou está sabendo aprender com os acontecimentos da vida.
Todos eles, julgados como bons ou maus por nós, trazem dentro de si o objetivode depurar o Espírito aprendiz.
Qual foi a experiência de vida que transformou você em alguém melhor?
 
Redação do Momento Espírita com base em matéria da revista
Sorria nº 23, de dezembro/janeiro 2012, de autoria de Jaqueline Li,
Jéssica Martineli, Karina Sérgio Gomes, Rafaela Dias, Rita Loiola,
Tissiane Vicentin e Valéria Mendonça.
Em 27.6.2012.
 

Fonte de vida


Jesus ensinou que a caridade é o caminho que devemos seguir para promover a evolução espiritual e alcançar a verdadeira felicidade.
No entanto, compreender o sentido real dessa virtude ainda é um desafio, até mesmo para os cristãos.
A caridade tem muitas nuances e pode se manifestar de diversas maneiras.
Vai desde a doação de bens materiais, que tenham importância para quem os recebe, até um simples olhar livre de qualquer tipo de julgamento.
Quando compreendermos que a caridade é a atitude de amor em favor do outro, através de uma ação construtiva e útil, perceberemos que é possível praticá-la em todos os momentos, lugares e situações.
Mas, para que nossas ações possam ser consideradas caridosas, temos que refletir se elas estão sendo úteis.
Elas devem ter utilidade para a sociedade, para todos aqueles que atravessam nosso caminho, para o mundo ou para a natureza.
Os ensinamentos trazidos por Jesus têm o objetivo de promover o crescimento espiritual e fazem com que aqueles interessados no melhoramento íntimo, busquem novas maneiras de viver.
Na proporção em que assimilamos as verdades espirituais, vamos deixando de lado valores supérfluos.
*  *  *
Na medida em que Jesus ia revelando a beleza da Boa Nova, os Seus seguidores passavam a questionar a própria conduta.
Certa vez João, Seu discípulo, no auge da curiosidade juvenil, perguntou a Jesus qual a maneira mais adequada de se portar diante do próximo, no sentido de ajudar aos semelhantes.
Com voz clara e firme, o Divino amigo lhe respondeu:
João, se procuras uma regra de auxiliar os outros, beneficiando a ti mesmo, não te esqueças de amar o companheiro de jornada terrestre, tanto quanto desejas ser querido e amparado por ele.
A pretexto de cultivar a verdade, não transformes a própria existência numa batalha em que teus pés atravessem o mundo, qual furioso combatente do deserto.
Recorda que a maioria dos enfermos conhece, de algum modo, a moléstia que lhe é própria, reclamando amizade e entendimento, acima da medicação.
Lembra-te de que não há corações na Terra sem problemas difíceis a resolver; em razão disso, aprende a cortesia fraternal para com todos.
Acolhe o irmão do caminho, não somente com a saudação recomendada pelos imperativos da polidez, mas também com o calor do teu sincero propósito de servir.
*  *  *
Para nos tornarmos pessoas de bem, temos que abraçar as oportunidades de servir com boa vontade e disposição.
A caridade é fonte de vida.
Envolvamo-nos nessa abençoada tarefa e sejamos trabalhadores na seara do Cristo.
Deixemos que o amor de Deus tome nossos corações em favor do próximo, pois é um recurso que temos à nossa disposição a todo o momento.
Façamos, sobretudo, o melhor que pudermos, na felicidade e na elevação de todos os que nos cercam, não somente aqui, mas em qualquer parte; não apenas hoje, mas sempre.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 30, do livro
Jesus no lar, pelo Espírito Neio Lucio, psicografia de Francisco
Cândido Xavier, ed. Feb.
Em 26.6.2012.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Quando os bons desejam...


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Você já se deu conta de como o mundo está mudando? E não é para pior, de forma alguma.
Embora as manchetes, todos os dias, nos cientifiquem da violência, da desonestidade de muitos, o mundo está caminhando para melhores dias.
Basta se atente para notícias não tão retumbantes mas que se encontram em jornais, revistas, na internet.
Como asseverou Jesus: Buscai e achareis.
Quem, portanto, deseja saber o todo que ocorre nesta aldeia global, procura e encontra verdadeiras pérolas.
Por exemplo, a informação de quem ganhou o Prêmio Nobel da Paz, no ano de 2011.
Nada menos de três mulheres. E não é o fato de serem mulheres que torna a nota importante. Mas o que elas promovem, realizam em seus países e no mundo.
Ellen Johnson Sirleaf, presidente liberiana, primeira da África, eleita em 2005. Tawakkul Karman, ativista iemenita e Leymah Gbowee, assistente social da Libéria.
Leymah, em nome da paz, combate a desumana situação das mulheres no seu país, no Oriente Médio ou onde quer que a opressão as violente.
Mãe de seis filhos, essa mulher corajosa iniciou um movimento de mulheres para exigir a paz na Libéria. Viajou de aldeia em aldeia, organizando as mulheres.
Contra todas as expectativas, convenceu cristãs e muçulmanas a se unir. Seu discurso era:
Aqui, no movimento, não somos advogadas, ativistas nem esposas. Não somos cristãs nem muçulmanas, não somos dessa ou daquela tribo. Não somos nem nativas nem da elite. Somos apenas mulheres.
Levar as mulheres a lutar pela paz era o que ela desejava fazer na vida.
Quando as mulheres lhe perguntavam: Por que devemos fazer alguma coisa? – ela rebatia: Porque é da sua conta! Porque são vocês que têm sido violentadas pelos combatentes. Foi o seu marido que morreu. É o seu filho que está sendo alistado à força no exército.
Luta árdua, difícil.
Foi o grupo de Leymah que apressou a renúncia do presidente Charles Taylor em 2003 e o fim da guerra civil em seu país.
De onde tira a sua coragem? Da fé, diz ela. Tudo o que sou, tudo que aspiro ser, tudo o que fui, foi pela graça de Deus.
E assevera: Sempre há algo que uma pessoa sozinha pode fazer. Deus nos criou a todos com alguma contribuição inigualável a dar.
Alguns são chamados para ser o vizinho que vai juntar as crianças para cantar ou escutar.
Outros, para ser grandes oradores.
Quero acabar com o mito de que somos vítimas o tempo todo.
Somos mulheres fortes que passamos pelo inferno e ainda conseguimos nos manter de pé.
Onde quer que estejamos, podemos nos levantar.
Nada pode nos impedir de sermos o que quisermos.
Hoje, Leymah viaja pelo mundo como diretora-executiva da rede de mulheres pela paz e pela segurança na África, defendendo mulheres e meninas e tem assento junto a autoridades, que a ouvem.
Bem afirmaram os Espíritos Celestes, em O Livro dos Espíritos que, quando os bons o quiserem, eles predominarão sobre a Terra.
Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita, com base em dados colhido na entrevista Ela sonhou com a paz, de Dawn Raffel, de Seleções Reader´s Digest, de novembro de 2011 e no item 932 de O livro dos Espíritos, de
Allan Kardec, ed. Feb.

Em 25.06.2012.


sábado, 23 de junho de 2012

Tentação




Somos tentados pelas forças exteriores da vida, segundo as nossas necessidades de purificação interna.
Isso equivale a dizer que cada criatura sofre a tentação, conforme a natureza que lhe é própria.
Qual acontece nos domínios da natureza em que o fogo não se alimenta de água, mas sim de combustível que se lhe afina ao modo de ser, no reino do espírito, cada um de nós entra em combinação apenas com as energias que se assemelham às nossas.
Assim é que renascemos, habitualmente, no plano físico, transportando conosco as deficiências individuais e os problemas domésticos que nos reclamam extinção ou ajustamento.
Espíritos entregues à usura e à crueldade, em muitas circunstâncias, ressurgem no berço de ouro, experimentando, de novo, a tentação da sovinice e do orgulho de modo a superá-los e almas cristalizadas na revolta e na indisciplina quase sempre reaparecem nos lares empobrecidos, atravessando novamente a tentação do desespero e da delinqüência para vencê-los suficientemente.
Reunimo-nos através da família consangüínea, muitas vezes,com as nossas aversões mais profundas, para transformá-las em amor puro, ao preço de perdão e serviço, devotamento e renúncia, e ,em todos os quadros da luta humana, somos defrontados por rudes provas que nos falam de perto  às próprias necessidades, a fim de que, na sublime vitória sobre nós mesmos, saibamos buscar os cimos da vida.
Não te creias simplesmente tentado pelos outros à descida ao despenhadeiro das trevas.
Somos nós mesmos que, estendendo o fio do desejo, atraímos em nosso prejuízo ou em nosso favor as companhias que nos acrescentarão as forças para a queda ou para a ascensão à Divina Luz.


Confia e Segue-Francisco Cândido Xavier/Emmanuel
Edição GEEM - Grupo Espírita Emmanuel S/C Editora

quarta-feira, 20 de junho de 2012

A família em primeiro lugar



        O administrador Stephen Kanitz, colunista da revista Veja, escreveu em edição de fevereiro de 2002 mais ou menos o seguinte:

        Há vinte anos presenciei uma cena que modificou radicalmente minha vida. Foi num almoço com um empresário respeitado e bem mais velho que eu.

        O encontro foi na própria empresa. Ele não tinha tempo para almoçar com a família em casa, nem com os amigos num restaurante. Os amigos tinham de ir até ele.

        Seus olhos estavam estranhos. Achei até que vi uma lágrima no olho esquerdo. “Bobagem minha”, pensei. Homens não choram, especialmente na frente dos outros.

        Mas, durante a sobremesa, ele começou a chorar copiosamente. Fiquei imaginando o que eu poderia ter dito de errado. Supus que ele tivesse se lembrado dos impostos pagos no dia.

        “Minha filha vai se casar amanhã”, disse sem jeito, “e só agora a ficha caiu. Percebo que mal a conheci.

        Conheço tudo sobre meu negócio, mal conheço minha própria filha. Dediquei todo o tempo à minha empresa e me esqueci de me dedicar à família.”

        Voltei para casa arrasado. Por meses, me lembrava dessa cena e sonhava com ela. Prometi a mim mesmo e a minha esposa que nunca aceitaria seguir uma carreira assim.

        Colocar a família em primeiro lugar não é uma proposição tão aceita por aí. Normalmente, a grande discussão é como conciliar família e trabalho. Será que dá?

        O cinema americano vive mostrando o clichê do executivo atarefado que não consegue chegar a tempo para a peça de teatro da filha ou ao campeonato mirim de seu filho.

        Ele se atrasou justamente porque tentou conciliar trabalho e família. Só que surgiu um imprevisto de última hora, e a cena termina com o pai contando uma mentira ou dando uma desculpa esfarrapada.

        Se tivesse colocado a família em primeiro lugar, esse executivo teria chegado a tempo. Teria levado pessoalmente a criança ao evento.

        Teria dado a ela o suporte psicológico necessário nos momentos de angústia que antecedem um teatro ou um jogo.

        A questão é justamente essa. Se você, como eu e a grande maioria das pessoas, tem de conciliar família com amigos, trabalho, carreira ou política, é imprescindível determinar quem você coloca em primeiro lugar.

        Colocar a família em primeiro lugar tem um custo com o qual nem todos podem arcar. Implica menos dinheiro, fama e projeção social.

        Muitos de seus amigos poderão ficar ricos, mais famosos que você e um dia olhá-lo com desdém. Nessas horas, o consolo é lembrar um velho ditado que define bem por que priorizar a família vale a pena:

        “Nenhum sucesso na vida compensa um fracasso no lar.”

        Qual o verdadeiro sucesso de ter um filho drogado por falta de atenção, carinho e tempo para ouvi-lo no dia-a-dia?

        De que adianta ser um executivo bem-sucedido e depois chorar durante a sobremesa porque não conheceu sequer a própria filha?

                                                  *   *   *

        O lar constitui o cadinho redentor das  almas. Merece nosso investimento em recursos de afeto, compreensão e boa vontade, a fim de dilatar os laços da estima.

        Os que compõem o lar são os marcos vivos das primeiras grandes responsabilidades do Espírito encarnado.

        Assim, acima de todas as contingências de cada dia, compete-nos ser o cônjuge generoso e o melhor pai, o filho dedicado e o companheiro benevolente.

        Afinal, na família consangüínea, temos o teste permanente de nossas relações com toda a Humanidade.


Redação do Momento Espírita, baseado no artigo de Stephen Kanitz,
revista Veja, seção Ponto de vista, de 20 de fevereiro de 2002 e no cap.
19 do livro Conduta espírita, do Espírito André Luiz, psicografia de
Waldo Vieira, ed. Feb.
Em 13.08.2008.

Fé e trabalho


O trabalho é lei da vida.
Sem atividade, o corpo definha e o Espírito se amolenta.
Para demonstrar a importância do labor, em dado momento Jesus afirmou:
Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também.
O Evangelho constitui um roteiro de vida equilibrada e saudável, não apenas um repositório de máximas de moral.
Saber-se útil é essencial à psicologia humana.
A criatura sem atividade produtiva carece de sentido existencial.
Tende a adoecer, física e psicologicamente.
Entretanto, o gosto por prolongados descansos persiste marcante na Humanidade.
Mesmo entre os religiosos, por vezes, o trabalho é tido à semelhança de uma punição.
Muitos afirmam desejar morrer para descansar.
Ou sinalizam, de variadas formas, considerar a morte uma forma de descanso.
O ócio seria um prêmio, um objetivo a ser perseguido.
Ocorre que essa linha de pensamento não encontra base na doutrina de Jesus.
A Espiritualidade Superior afirma não possuir interesse na incorporação de devotos famintos de um paraíso feito de preguiça.
Na Terra, mesmo a erva tenra deve produzir consoante objetivos superiores.
Os pequenos animais, guiados pelo instinto, cumprem o papel que lhes cabe.
Nessa linha, o que não deverá produzir a magnífica inteligência do Espírito encarnado?
Grande é a tarefa depositada nas mãos dos homens cuja inteligência é iluminada pela fé.
Fica-lhes muito mal reclamar da vida e desejar trabalhar o mínimo possível.
Seu papel é o de agentes da Providência.
Necessitam laborar com alegria para que o mundo se torne melhor.
Precisam ensinar os ignorantes, amparar os indigentes e os caídos.
Esse convívio com seres de valores diferentes não constitui uma punição ou uma desgraça.
O solo do planeta representa o abençoado círculo em que podem e devem colaborar com o Senhor da Vida.
Trata-se de seu educandário e de sua oficina.
Algum dia, lograrão assimilar bem a lição do serviço fraterno.
Então, terão acesso a mundos mais depurados e felizes porque estarão habilitados a neles desempenhar tarefas mais sofisticadas.

sábado, 16 de junho de 2012

Comece por você


      


        Para quem tem olhos de ver, em toda parte ensinamentos se fazem presentes.

        No túmulo de um bispo anglicano, que está na cripta da Abadia de Westminster, na praça do Parlamento, em Londres, pode-se ler o seguinte:

        Quando eu era jovem, livre, e minha imaginação não tinha limites, eu sonhava em mudar o mundo.

        À medida que me tornei mais velho e mais sábio, descobri que o mundo não ia mudar. Reduzi, então, meu campo de visão e resolvi mudar apenas meu país.

        Mas acabei achando que isso, também, eu era incapaz de mudar.

        Envelhecendo, numa última e desesperada tentativa, decidi mudar apenas minha família, os mais próximos, mas, ai de mim, eles não estavam mais ali.

        Agora, no meu leito de morte, de repente percebo: se eu tivesse primeiro me empenhado apenas em mudar a mim mesmo, pelo meu exemplo eu teria mudado minha família.

        Com a inspiração da família e encorajado por ela, teria sido capaz de melhorar meu país e, quem sabe, poderia até ter mudado o mundo.

* * *

        Quase sempre, pensamos e agimos exatamente assim. É comum lermos um trecho do Evangelho e logo pensarmos como aquelas frases seriam muito importantes para alguém da nossa família.

        Quando ouvimos uma palestra edificante, que concita ao bem, logo nos vem à mente o pensamento de que seria muito bom se determinada pessoa estivesse ali para ouvir.

        Isso faria muito bem para ela! É o que dizemos para nós mesmos.

        Como esta informação a poderia modificar, mudar sua forma de agir.

        Quando estamos vinculados a uma determinada religião, o pensamento não é diferente.

        Ficamos a desejar que nossos parentes, nossos amigos, colegas professem a mesma crença, comunguem dos mesmos ideais.

        Por vezes, chegamos a nos tornar um pouco inconvenientes, ou talvez até em demasia, mandando recados, frases escolhidas para os amigos.

        Tudo nesse intuito de que eles as leiam, as absorvam e coloquem em prática.

        São frases que se referem aos bons costumes, à ética, à moral e quem as recebe, com certeza, pensará também:

        Seria muito bom que o remetente colocasse em prática essas fórmulas. Ele precisa disso.

        Por isso é que o Mundo ainda não é esse local especial que tanto ansiamos: um oásis de compreensão, com aragem de paz e fontes cantantes de fraternidade.

        Porque cada um de nós deseja, pensa, anseia por mudar o outro. Por fazer que o outro se revista de compreensão, de polidez.

        Contudo, o Modelo e Guia da Humanidade estabeleceu que cada um deve dar conta da sua própria administração.

        Administração da sua vida, dos seus deveres, da sua missão.

        O mundo é a somatória de todos nós, das ações de todos os homens.

        Cabe-nos pois a inadiável decisão de nos propormos à própria melhoria.

        E hoje, hoje é o melhor dia para isso. Nem amanhã, nem depois.

        Hoje. Comecemos a pensar em que poderemos nos melhorar.

        Quem sabe, um gesto de gentileza? Que tal um Bom dia? Um Obrigado, um sorriso?

        Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.
Em 30.04.2008.

Em viagem


 A existência terrestre é uma viagem educativa.
Começa na meninice, avança pelos caminhos claros da plenitude física, e altera-se na noite da enfermidade ou da velhice,para renovar-se, além da morte.
Reparemos, pois, como seguimos.
Não nos agarremos aos bens materiais, senão no estritamente necessário para que nos façamos valioso irmão no concurso aos companheiros de jornada e útil a nós mesmos.
Há muitos viajores que sucumbem na caminhada sob pesados madeiros de ouro a que se atam, desorientados.
Não reclamemos devotamento do próximo, e, sim, amemos e auxiliemos a todos os que se aproximem de nós, para que nosso amor não desça do Alto aos tenebrosos despenhadeiros do exclusivismo.
Não prossigamos viagem guardando ressentimento, para que não aconteça de nos prendermos impensadamente aos labirintos do ódio.
Muitos viajantes, a pretexto de fazerem justiça, tombam, insensatos, em escuras armadilhas da crueldade e da intriga, com incalculáveis prejuízos no tempo.
Recordemos que iniciamos a excursão terrestre sem qualquer patrimônio e encontramos carinhosos braços de mãe que nos embalaram, amparando-nos, em nome do Eterno.
Lembremo-nos de que nada possuímos, à frente do Pai Celestial, senão nossa própria alma e, por isso mesmo, só emnossa alma amealharemos o tesouro que a ferrugem não consome e que as traças não roem.
Prazer e dor, simplicidade e complexidade, escassez e abastança, beleza da forma ou tortura do corpo físico, são simplesmente lições.
O caminho do mundo, que atravessamos cada dia, é apenas escola.
Nossos afetos mais doces são companheiros com tarefas diferentes das nossas.
Sigamos sem imposição, sem preguiça, sem queixa nem exigência.
O corpo é nosso veículo santo.
Não lhe desrespeitemos a harmonia.
A experiência é nossa instrutora.
Não lhe menosprezemos o ensinamento.
*   *   *
Estamos todos em viagem.
Sabemos quando chegamos, mas não conhecemos a data de nossa partida.
Todo tempo aqui deve ser muito bem aproveitado.
Toda companhia, agradável ao coração ou não, merece nosso respeito e atenção, pois não está ali por acaso.
Como viajor que sabe aproveitar as belezas do novo país que conhece, saibamos aprender com a vida, estudá-la em suas mais sutis lições de amor.
Não percamos tempo com implicâncias injustificadas, ódios gratuitos e prazeres efêmeros. A existência é muito maior do que isso.
*   *   *
Mensagens singelas como esta, num programa de rádio diário, são alertas aos nossos corações. São recados da Espiritualidade Superior que se importa com nossas vidas, e nos deseja ver retornar ao mundo essencial, vitoriosos.
Pensemos nisso.
Pensemos em nossa encarnação todos os dias.
Encontremo-nos todos os dias.
Encontremos o Criador todas as manhãs e noites, e viveremos mais felizes.
Colecionemosmomentos de alegria durante a viagem, construídos pelo amor que cresce em nossa alma aprendiz. 
Redação do Momento Espírita com base
no cap. 8, do livro
Caridade, pelo Espírito Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Ide.

Em 04.06.2012.